Por thiago.antunes
Estados Unidos - Um dos raros fenômenos naturais sujeitos ao imponderável, terremotos, enfim, poderão ser ‘previstos’, garante estudo publicado ontem na Revista ‘Nature’. A detecção de sinais gravitacionais gerados por movimentos tectônicos pode melhorar os sistemas de alarme antecipado de tremores, como o de 7,4 pontos que sacudiu o nordeste do Japão na segunda-feira — dando mais sustos do que prejuízos.
Cientistas do Instituto de Física do Globo de Paris afirmam que a descoberta pode melhorar a detecção de tremores e tsunamis, apesar de ser necessário desenvolver instrumentos. Mecanismos de alerta atuais se baseiam na detecção de ondas sísmicas, mas essas vibrações só podem ser percebidas após uma ruptura no solo.
Desta vez%2C usinas nucleares de Fukushima não sofreram danosEfe

Cientistas sabem há muito tempo que os terremotos geram mudanças no campo gravitacional do planeta, mas até agora essas variações só puderam ser detectadas quando houve ruptura tectônica. Estudos já tinham indicado a possibilidade de perceber variações gravitacionais no mesmo momento de uma ruptura, mudanças que poderiam ser medidas em todo o planeta antes das ondas sísmicas.

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“A redistribuição da massa terrestre que provoca um terremoto ocasiona mudanças observáveis no campo gravitacional”, informa o trabalho, que detalha como a teoria predizia a existência de sinais “muito pequenos se comparados com o barulho sísmico” capazes de se antecipar às vibrações da Terra.
Jean-Paul Montagner e seu grupo de pesquisa analisaram os dados do grande terremoto do Japão em 2011, causador do tsunami que provocou o desastre na usina nuclear de Fukushima. Os cientistas franceses detectaram um sinal observado antes da chegada das ondas sísmicas, um descobrimento que, na sua opinião, pode servir para novos sistemas de alarme.
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Os autores ressaltam que o grande potencial da descoberta requer que sejam estabelecidas amplas redes de gravímetros - instrumentos para detectar sinais gravitacionais -, que deveriam funcionar em paralelo aos sismógrafos.
O terremoto desta semana praticamente não causou danos Ondas de um metro chegaram ao ponto da costa onde está a usina destruída em 2011, mas não foram registrados incidentes de qualquer tipo, segundo a operadora Tokyo Eletric Power.