Atropelador de Berlim viajou pela Europa e só foi parado 'por acaso' na Itália
Anis Amri reagiu e acabou sendo morto na operação
Por tabata.uchoa
Berlim - Autoridades alemãs tinham certeza de que estavam muito perto de capturar Anis Amri, o tunisiano de 25 anos que na segunda-feira roubou um caminhão com vigas de aço e o atirou contra uma lotada feira de Natal em Berlim, matando 12 pessoas e fugindo na sequência. Quinta-feira, a chanceler Angela Merkel, amparada por informações de oficiais, dizia que a caçada acabaria dali a poucas horas. De fato terminou: Amri foi morto após tiroteio com policiais na madrugada de sexta. Mas não na Alemanha. Teve fim na Itália, bem longe dali, e de forma fortuita a busca pelo então homem mais procurado da Europa.
O embaraço, porém, é ainda maior: Amri percorreu quase dois mil quilômetros e cruzou duas fronteiras sem ser importunado. As peças ainda estão se encaixando, mas já se sabe que de Berlim foi até Chamberry, no sudeste da França, em rota e meio ainda desconhecidos. É possível que tenha pego um carro e o abandonado no caminho. Na cidade alpina, pegou um trem, novamente sem que checassem sua identidade ou os alertas contra si, e surgiu em Turim, onde fez escala para Milão. Lá, num patrulhamento de rotina, acabou morto.
A facilidade com que Amri se locomoveu pela Europa é um prato cheio para a extrema-direita, que defende o fim da livre circulação e o banimento de imigrantes. Não à toa esses partidos têm crescido no continente, como na França, onde a ultraconservadora Marine Le Pen lidera as pesquisas.
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NOVATO HERÓI O agente da Polícia Nacional italiana Luca Scatà, de 29 anos e que estava em período de testes, foi quem matou Amri. Scatà patrulhava as ruas de Milão com seu companheiro Cristian Movio, de 36 anos, quando este ficou ferido no ombro por um disparo do tunisiano. O suspeito vagava sem rumo na zona da estação e foi detido pela patrulha para que mostrasse documentos. O tunisiano abriu sua mochila, tirou uma pistola e disparou. Então Scatà revidou, matando Amri na hora.