Por thiago.antunes
Estados Unidos - Os seguidos ‘nãos’ que Trump tem levado da Justiça americana para validar o polêmico decreto anti-imigração parecem tê-lo feito mudar o foco. Já que sua intenção de banir muçulmanos nos Estados Unidos está barrada no Judiciário, ganhou força a estratégia de combatê-los no exterior.
Trump voltou oa garantir que derrotará o “terrorismo radical islâmico” e, para tal, dará às Forças Armadas do país mais recursos e os “melhores equipamentos”. No Twitter, mais uma vez esperneou contra a imprensa. Tachou de mentirosa a reportagem do ‘New York Times’ que aponta rejeição de americanos ao ruidoso decreto.
Trump desembarca em Tampa%2C onde falou a militares e prometeu ‘investimento histórico’ no setorDivulgação / Casa Branca

Em discurso na Base Aérea MacDill, em Tampa, na Flórida, Trump reiterou seu “forte apoio à Otan”, disse que vai brigar pela segurança de todos os americanos e que seu governo fará “um histórico investimento financeiro nas Forças Armadas”. O presidente falou a militares, incluindo chefes dos comandos responsáveis pela luta antiterror.

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“Os Estados Unidos e seus aliados vão derrotá-los. Nós os derrotaremos. Derrotaremos o terrorismo islâmico radical!”, frisou o presidente, que também confirmou presença na Cúpula da Otan em Bruxelas, prevista para maio.
Trump pediu aos aliados na Otan que façam uma contribuição financeira “adequada”, por considerar que não têm “pagado o justo”. “Muitos deles não estiveram nem sequer perto”, afirmou.

Terror preocupa

E é bom Trump e a Otan se prepararem. A Organização das Nações Unidas alerta que, embora o Estado Islâmico tenha perdido terreno e dinheiro, mantém capacidade para atacar. Relatório divulgado ontem aponta que o grupo jihadista se concentra cada vez mais em atacar em diferentes países.

Segundo a ONU, o “grupo não pode suportar a pressão em várias zonas de conflito”, mas “está se adaptando a esta situação”. Os jihadistas estão utilizando de maneira crescente “métodos mais disfarçados para comunicações internas e recrutamento, como ‘deep web’ (rede clandestina, irrastreável e não oficial da internet,), criptografia e e-mails”.

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Além disso, os recentes atentados demonstram que o EI “tem capacidade operacional para ampliar suas zonas de ataque imediato a países vizinhos através de células locais”, enquanto segue encorajando seus simpatizantes em outras regiões do mundo a organizar suas próprias ações. Segundo a ONU, a ameaça na aviação “continua elevada”.
A venda de hidrocarbonetos ainda é uma das principais fontes de receita do grupo, mas se reduziu de forma muito grande em 2016. Segundo a ONU, estima-se que o EI obteve em 2016 US$ 260 milhões com a venda de petróleo sírio, enquanto em 2015 tinha arrecadado o dobro.
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Entre outros fatores, a redução dificultou os esforços da organização para atrair mais recrutas, embora o relatório destaque que grande parte de seu núcleo parece disposto a continuar lutando, ainda que sem remuneração.