Por rafael.nascimento
Tóquio - A operadora da usina nuclear de Fukushima divulgou nesta sexta-feira novas imagens do robô que conseguiu introduzir no reator número 2, onde foram detectados níveis extremamente altos de radiação que obrigaram a retirada do aparelho.
O robô, operado por técnicos da Tokyo Electric Power Company (TEPCO), entrou na quinta-feira no interior do tanque de contenção do reator após uma anterior tentativa fracassada, com a missão de analisar o estado das instalações e de separar obstáculos para continuar a exploração com outro autômato.
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No entanto, os operários tiveram que retirar o aparelho antes de cobrir toda a zona prevista devido aos altíssimos níveis de radiação, estimados pela TEPCO em torno dos 650 sieverts por hora e capazes de danar seu sistema eletrônico, informou hoje a empresa em comunicado . Estes níveis "parecem ser maiores do que o esperado", segundo a TEPCO, que acrescentou que é necessário "continuar com as investigações" para determinar se a origem da radiação é, como se suspeita, a presença de combustível fundido no fundo do tanque de contenção.
A empresa explicou que trata-se de um nível muito elevado por ter sido medido pela primeira vez muito perto do núcleo do reator, e recalcou que no exterior do mesmo, os níveis de radiação não variaram e nem foram detectados novos vazamentos. Uma dose de um só sievert por dia pode causar danos graves na saúde humana e até a morte, por isso que os níveis estimados nesse ponto do interior das instalações nucleares impossibilitam o acesso de operários humanos.
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Os reatores 1, 2 e 3 sofreram fusões parciais de seus núcleos por causa do desastre que originou o terremoto e o tsunami de março de 2011, e conhecer o estado exato das barras de combustível radioativo é fundamental para seu manejo e retirada. No caso da unidade 2, os técnicos da TEPCO acreditam que o combustível se fundiu o suficiente para perfurar o tanque de pressão e acumular no fundo da de contenção.
A TEPCO deve realizar mais análise e introduzir outro robô para continuar com a avaliação do local em breve.
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Os altos níveis de radiação nas instalações dificultarão a retirada das barras de combustível do reator, um dos passos necessários para seu desmantelamento, que calcula-se que durará entre 30 e 40 anos. A crise atômica de Fukushima, desencadeada pelo terremoto e posterior tsunami que castigaram o nordeste do arquipélago japonês, foi o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl em 1986.