Por lucas.cardoso

Istambul - Mais de 7.000 policiais, soldados e funcionários de Ministérios foram demitidos na Turquia, segundo um novo decreto publicado nesta sexta-feira em meio ao estado de emergência imposto devido ao frustrado golpe de Estado de julho de 2016, informou a agência de notícias oficial Anatólia.

No total, 7.563 pessoas perderam o seu posto neste novo expurgo, segundo a Anatólia, acrescentando que as autoridades rebaixaram 342 militares reformados. O jornal Hürriyet informou pouco antes sobre a demissão de 7.348 pessoas, entre elas 2.303 policiais. O governo publicou este decreto na véspera do primeiro aniversário da tentativa de golpe de 15 de julho de 2016.

Revolta popular tomou conta da Turquia por conta de uma tentativa de golpe de Estado realizada por uma facção rebelde das Forças ArmadasFoto%3A EFE

O clérigo turco Fethullah Gülen, que vive nos Estados Unidos e é considerado por Ancara o cérebro da tentativa de golpe, voltou a negar nesta sexta-feira ter se envolvido nesse "desprezível golpe" e condenou a "caça às bruxas" realizada pelas autoridades turcas. Em comunicado, Gülen condenou também a "repressão sem precedentes" contra o seu movimento Hizmet.

"Infelizmente, por conta desta tragédia, prejudicaram muitos inocentes, ilegalmente demitidos, detidos, encarcerados e inclusive torturados. Tudo isso sob a ordem do governo", disse Gülen, que mora há alguns anos na Pensilvânia, leste dos Estados Unidos, e que tem a sua extradição solicitada pela Turquia.

Também acusou o "governo de realizar uma caça às bruxas para eliminar todo aquele considerado desleal ao presidente Erdogan e ao seu regime". Ancara deteve 50.000 pessoas e demitiu mais de 100.000 desde julho do ano passado.

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