Por thiago.antunes

Rio - Certamente você deve ter um parente ou um amigo que todo mundo diz que é uma espécie de meteorologista. Basta começar a dar sinais de que o tempo vai esfriar um pouco, para surgir as reclamações de dores musculares, lombares ou nas articulações. Portadores de doenças crônicas ou idosos são os que mais sofrem.

Bursites, joelhos, ombros e coluna são os órgãos mais afetados. Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de sofrimento é muito comum, mas os tratamentos alternativos e até alimentos específicos, como gengibre e pimenta, podem ser fundamentais para o fim das dores.

Benedita Ferreira, de 89 anos, é especialista quando o assunto é sentir dor no frio. “Meus joelhos começam a latejar e os meus parentes murmuram, em tom bem-humorado: ‘Lá vem frente fria...”, comentou Benedita.

Fábio Akiyama defende a microfisioterapia%2C que estimula a autocura pelo toque%2C como alternativa para o fim das doresDivulgação / Mindtouch

O caso de Rafael Alves, de 45 anos, é mais grave. Portador de osteoporose, desencadeada por doença crônica, ele toma morfina há uma década para suportar as dores ósseas, que pioram no inverno. “Às vezes nem morfina resolve. É desesperador”, definiu Rafael, que já passou por quase 20 cirurgias nos quadris e pernas. A doença tem sido agravada com a falta do medicamento Pentasa ou Mesalazina, que custam R$ 1,8 mil por mês (equivalente a cinco caixas), e que o estado do Rio não o fornece, mesmo por lei, há dois anos.

Mas porque as dores ‘avisam’ com a chegada do frio para algumas pessoas? Para o fisioterapeuta Fábio Akiyama, um dos maiores estudiosos do assunto no país, a resposta é simples: “O frio é enganador, costumo dizer isso sempre. É anestésico, mas depois de 30 minutos apresenta o que chamamos de efeito rebote, provocando aumento da sensibilidade corporal. Ao mesmo tempo, a temperatura baixa enrijece músculos e cartilagens (que separam ossos), causando desconfortos e dores”, detalhou.

Ele esclarece que o aumento da pressão atmosférica e a diminuição do volume de sangue nas articulações também causam dores. Além da milenar acupuntura e dos tratamentos ósseos e musculares tradicionais, a chamada microfisioterapia tem apresentado resultados surpreendentes.

Fábio Akiyama, especialista nessa alternativa, explica que essa terapia estimula a autocura através do toque. “As dores diminuem porque a técnica ajuda a manter a vitalidade dos tecidos, o movimento e ritmo vital deles, evitando que a rigidez altere seu desempenho, e assim, agravando os sintomas que essa falta de vitalidade pode trazer”, justificou Fábio, lembrando que a microfisioterapia pode trabalhar de maneira preventiva também, evitando que qualquer fragilidade dos tecidos virem sintomas ou doenças. Mais detalhes sobre esse método estão disponíveis no site www.mindtouch.com.br.

Patrícia Prieto, outra fisioterapeuta especialista no assunto, aponta que outros tratamentos utilizados com frequência são as terapias posturais, a cinesioterapia, massagens e acupuntura com moxas (técnica oriental de aquecimento que provoca sensação de bem estar) e ventosas, que melhoram a circulação do sangue e aceleram o metabolismo.

Ela frisa que existem também alguns cuidados que podem ser tomados em casa para reduzir desconfortos e o aumento das dores.

Corpo aquecido

“É importante fazer todo o possível para manter o corpo aquecido, principalmente nas extremidades, evitando ao máximo que o nosso organismo sofra com as alterações climáticas e, consequentemente, posturais. Atividades físicas e banhos com água quente podem ajudar nesta questão, mas, também, é necessário evitar tomar golpes de ar frio”, advertiu Patrícia.

Além disso, Prieto reforça que o consumo de gengibre, pimenta e outros alimentos capazes de aquecer o corpo podem ajudar a manter a temperatura. Ainda conforme a fisioterapeuta, é importante que pacientes com problemas nas articulações, como artrites, artroses, e fibromialgia tenham cuidado ainda maior.

No inverno, essas inflamações já existentes tendem a se agravar e, além disso, pessoas em período pós-operatório, com patologias nevrálgicas e que estiveram gripadas também podem sofrer com crises agudas de dores.

De modo em geral, médicos recomendam que nessa época de ares mais frios, o melhor a fazer é se cuidar desde o despertar. Para isso, um bom alongamento antes de se levantar é recomendado. Mas sempre seguindo orientações de especialistas. Exercícios mal feitos e apressados podem piorar as dores.

Para doer menos

- Faça exercícios diariamente, conforme recomendações médicas

- Bolsas de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares, sequelas de fraturas ou desconfortos, provocados por atrose, artrite e fibromalgia

- Espreguiçar-se lentamente, fazendo alongamento, é indispensável

- Quem tem fraturas antigas que voltam a doer com o frio ou doenças ósseas degenerativas, pode recorrer a sesões de fisioterapia ou microfisioterapia

- Evite roupas e calçados apertados. Procure roupas quentes e confortáveis

- Massagens estimulam a circulação e a destravar a musculatura enrijecida, aliviando dores

- Aquecimentos mais longos antes de atividades físicas é recomendado

- Hidroterapia com piscina aquecida é excelente para idosos e portadores de dores ósseas

- Agasalhe-se bem e mantenha as extremidades do corpo aquecidas

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