Por lucas.cardoso

Santo Domingo - O Ministério Público da República Dominicana solicitou nesta sexta-feira, 18 meses de prisão preventiva, como medida de coerção, para o ex-funcionário Bernardo Castellanos, o único dos 14 indicados no país pelos subornos da Odebrecht que ainda não tinha se apresentado à Justiça. 

Castellanos foi detido na quarta-feira no Aeroporto Internacional Las Américas (AILA), no leste da capital dominicana, em sua chegada em um voo procedente do Panamá.

Sede da construtora Odebrecht em São Paulo Divulgação

O acusado, contra quem pesava uma ordem de captura internacional, não tinha se apresentado perante a Justiça devido a compromissos profissionais na Guatemala, disse nesta sexta-feira seu advogado, Marino Elsevyf, na audiência a cargo do juiz Francisco Ortega, da Suprema Corte de Justiça (SCJ).

Castellanos trabalhou como diretor técnico da Empresa de Geração Hidroelétrica Dominicana (Egehid) entre 2000 e 2004 e está sendo acusado de receber subornos para a adjudicação (ato judicial que dá a alguém a posse e a propriedade de determinados bens) pela Odebrecht do projeto de construção da represa Pinalito.

O advogado do acusado disse, no entanto, que este "não era legislador, não era ministro" e não tinha capacidade de decisão, uma vez que era "simplesmente um técnico". Ele assegurou que seu cliente não fugirá do processo, razão pela qual solicitou ao juiz que não aceite a solicitação de prisão preventiva apresentada pelo Ministério Público, que disse, por sua vez, que Castellanos "representa o tipo ideal de perigo de fuga".

Ortega é o mesmo magistrado responsável pelo caso dos outros envolvidos na distribuição dos US$ 92 milhões que a construtora brasileira afirmou ter pagado na República Dominicana para garantir a execução de projetos de infraestruturas entre 2001 e 2014.

Pelo caso Odebrecht foram indiciadas mais 13 pessoas, entre elas o agora ex-ministro de Indústria e Comércio, Temístocles Montás, e o presidente do Partido Revolucionário Moderno (PRM, principal da oposição), Andrés Bautista, em liberdade condicional desde 8 de julho após um mês de prisão preventiva.

Na prisão só permanecem o empresário Angel Rondón, assinalado pelo Ministério Público como a pessoa que recebeu e distribuiu os subornos, e o ex-ministro de Obras Públicas, Víctor Díaz Rúa, um importante dirigente do governista Partido da Liberdade Dominicana (PLD).

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