Por marta.valim

A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SA renunciará à sua participação de US$ 7,5 bilhões na Hermès International SCA depois que um tribunal francês interveio para acabar com uma batalha de quatro anos sobre a construção de uma participação da LVMH na fabricante de bolsas Birkin.

A LVMH, controlada por Bernard Arnault, o homem mais rico da França, distribuirá a participação entre seus acionistas e investidores institucionais, ficando o holding familiar de Arnault, o Groupe Arnault, com uma posse de 8,5%, disse hoje a empresa com sede em Paris. Atualmente, a LVMH possui cerca de 23 por cento da Hermès.

A LVMH, a maior fabricante de artigos de luxo do mundo, anunciou em outubro de 2010 que havia construído uma participação na Hermès depois de converter em ações os instrumentos derivativos que havia comprado de três bancos em 2008. A iniciativa, que pegou a família fundadora da Hermès de surpresa, levou a uma disputa jurídica e fez com que os membros da família formassem uma empresa controladora para proteger sua propriedade.

O presidente do conselho executivo da Hermès, Axel Dumas, e Bernard Arnault “expressaram sua satisfação de que as relações entre os dois grupos, representativos do savoir-faire da França, agora foram restabelecidas”, disse a LVMH em comunicado.

As ações da LVMH subiram até 3,9% em Paris, a maior alta em quase cinco meses, enquanto a Hermès despencou quase 11%. O acordo coloca um fim em todos os litígios entre a Hermès e a LVMH, disse um porta-voz da LVMH por telefone. O investimento da LVMH na Hermès sempre foi financeiro e temporário, disse ele.

Fim do cerco

Este é “o fim do cerco”, disse Luca Solca, analista do Exane BNP Paribas, em e-mail. A resolução reduz “o atrativo especulativo da Hermès, que voltará a ser uma empresa de capital normal”.

Com a LVMH como investidora, as ações da Hermès aumentaram 49% antes das operações de hoje em meio à especulação de que Arnault planejava comprar toda a empresa. A Hermès é considerada por muitos a joia do setor de artigos de luxo; sua bolsa Birkin, que custa US$ 10.000, ajuda a conduzir uma margem operacional de 32%, em comparação com a margem de 21 por cento da LVMH.

Os investidores da LVMH, incluindo Christian Dior, receberão as ações até o dia 20 de dezembro. Christian Dior, o maior acionista da LVMH, por sua vez, dará as ações aos seus próprios investidores. LVMH, Groupe Arnault e Dior concordaram em não comprar mais ações da Hermès durante os próximos cinco anos.

Solca disse que espera que o múltiplo de operações da Hermès diminua, “embora uma quantidade maior de ações disponíveis para negociação também possa significar um maior interesse dos acionistas mais adiante”.

As ações da Hermès operaram a 30 vezes os lucros estimados para este ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. As ações da LVMH operam a um múltiplo a futuro de 20 vezes, mostram os dados.

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