Por douglas.nunes

Um fusca azul e uma sala de vinte metros quadrados. Essa era a estrutura da NC Games em 1994, ano de criação da empresa. Vinte anos depois, a empresa se consolidou como a principal distribuidora no mercado brasileiro de games e sua operação hoje alcança um horizonte de outros 12 países na América Latina e na América Central. Agora, a companhia prepara uma nova fase de expansão, centrada em dois pilares: a ampliação de seu perfil de atendimento e a diversificação de seu portfólio.

“O mercado brasileiro de games tem muito potencial de crescimento e ainda está longe de seu ponto de maturação. Ao mesmo tempo, a experiência, o conhecimento e a infraestrutura que acumulamos nesses vinte anos de operação nos abrem a possibilidade de capturar outras oportunidades fora desse segmento”, diz Cláudio Macedo, presidente e fundador da NC Games.

Cláudio Macedo%2C Presidente NC GamesMurillo Constantino / Agência O Dia

Uma das frentes recentes da estratégia da NC Games é a oferta de novas categorias de produtos aos varejistas. O pacote inclui smartphones, tablets e acessórios, como por exemplo, fones de ouvido. Para consolidar esse passo, a empresa fechou parcerias com fabricantes como Phillips, Blu, Xplay e Softronic. No caso específico dos tablets e smartphones, o objetivo é ocupar o espaço intermediário do mercado, entre os produtos de entrada e os dispositivos mais sofisticados. “Ainda existem poucas ofertas de qualidade entre essas duas pontas e muito espaço para crescer”, diz Fernando Gasparoto, gerente de marketing e de trade marketing da NC Games.

Para compor a nova oferta, um dos pontos-chave é a logística. Com um centro de distribuição em Barueri (SP), de 8,9 mil metros quadrados, e uma unidade inaugurada em Curitiba (PR), em 2013, a companhia planeja investir em outros dois centros em 2015. Por questões de descentralização e de incentivos fiscais, a empresa avalia instalar as novas unidades em Santa Catarina e no Espírito Santo. “A infraestrutura que construímos e a relação que temos com o mercado em termos de capilaridade, logística, conhecimento e trade serão nossa aposta para avançar nessas novas frentes”, afirma Macedo.

O componente logístico também está diretamente ligado à segunda via de expansão da NC Games. Depois de consolidar o desenvolvimento da categoria de games em grandes varejistas, a companhia está ampliando o seu escopo nesse segmento com o atendimento a pequenos e médios varejistas, além do grande foco nas redes regionais, fora do eixo Rio-São Paulo. "Nossa estratégia é mostrar a esse segmento que o mercado de games tem muita oportunidade e que podemos oferecer a ele a mesma estrutura que um varejista de grande porte tem em seus pontos de venda", diz Macedo.

Na prática, a ideia da NC Games é levar também a esse público um leque mais amplo de ofertas, que extrapola a distribuição. Para desenvolver a categoria nesses novos varejos, a empresa promove iniciativas como o treinamento de vendedores e ações promocionais específicas para cada ponto de venda, além do investimento e da definição das mídias e canais usados em campanhas de marketing.

Outra ponta é a abertura recente de um canal de vendas via internet, com foco específico em pequenos varejos. “Nós identificamos que havia uma grande oportunidade em lojistas que estão fazendo a primeira compra ou mesmo testando a introdução dessa categoria em suas lojas. Para atender a esse público, estabelecemos um pedido mínimo de R$ 400, abaixo dos valores que praticamos tradicionalmente”, conta Gasparoto. Hoje, o canal B2B da NC Games tem 2 mil varejos cadastrados, dos quais 250 são ativos mensalmente. À parte das vendas via internet, a base da NC Games hoje é de 3,2 mil varejistas, em um total de 4,5 mil lojas.

Após um 2013 difícil – por questões de importação que atingiram todo o setor -, a NC Games vem registrando um bom desempenho em 2014, dizem os executivos. Com a proximidade do período de setembro a novembro, que marca tradicionalmente a temporada de lançamentos de jogos, as perspectivas para o segundo semestre e o fim do ano também são positivas. Um dos elementos que vão ajudar a puxar as vendas do setor é o fato de que o Brasil já possui uma boa base instalada dos consoles de última geração da Sony – PS4 – e da Microsoft – Xbox One. Ao mesmo tempo, o país tem na mesma medida um volume expressivo das gerações anteriores desses consoles. “Com o lançamento de jogos para essas quatro plataformas, vamos capturar clientes da velha e também da nova geração”, diz. 

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