Por parroyo
A aprovação da venda dos ativos portugueses da Oi ao grupo francês Altice abre caminho para a realização de uma oferta pela TIM Participações no curto prazo, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.
Na quinta-feira, os acionistas da Portugal Telecom SGPS aprovaram a venda dos ativos portugueses da Oi por €7,4 bilhões (em torno de R$ 22 bilhões), após uma longa e tensa assembleia marcada pela oposição de investidores minoritários.
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Segundo a fonte, a melhora na situação financeira da Oi após a venda permitirá que o BTG Pactual, banco contratado no ano passado pela Oi como comissário mercantil, avance em uma oferta pela TIM em conjunto com Claro e Telefônica Vivo.
"Qualquer oferta para consolidação vai ser bem pensada. E agora com a situação equacionada do ponto de vista financeiro, será possível implementar uma oferta pela TIM (...) Vai ser no curto prazo", disse a fonte, sem mencionar valores.
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A Claro já manifestou publicamente ter sido abordada pela Oi para uma oferta pela TIM. O presidente da empresa, Carlos Zenteno, afirmou em setembro que a empresa foi sondada pelo BTG para uma oferta e disse que a companhia estava aberta a analisar oportunidades de consolidação no mercado.
Representantes da Claro não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto nesta sexta-feira após a venda dos ativos portugueses da Oi. A Telefônica Vivo não pode se pronunciar de imediato.
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De acordo com a fonte, a operadora controlada pela espanhola Telefónica aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da compra da GVT por €7,2 bilhões, para poder manifestar seu interesse na compra da TIM. A compra da GVT foi acertada em setembro passado.
Uma vez que a operação de compra da GVT já foi autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no final de dezembro, não há impedimento para uma rápida aprovação por parte do Cade, disse a fonte.
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Porém, o Cade aceitou em dezembro pedido da TIM para ingressar como terceiro interessado no processo de análise da aquisição da GVT.
A operadora controlada pela Telecom Italia afirmou no pedido ao Cade que considera que a operação de compra da GVT apresenta risco de que um duopólio composto por Telefônica e Telmex (Grupo Claro) seja criado, consolidando dois grupos extremamente fortes no setor, e não três, como afirmaram Telefónica e GVT. A avaliação da TIM é que Telefônica e Telmex competirão de forma desigual com a Oi.
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O conselho da Telecom Italia pediu em novembro ao presidente-executivo, Marco Patuano, que examinasse viabilidade da própria TIM fazer uma associação com a Oi, em que o grupo italiano tenha fatia de 51 por cento no grupo combinado.
Na véspera, o presidente da Anatel, João Rezende, avaliou que a venda dos ativos portugueses da Oi "vai ser muito boa para o mercado brasileiro", já que a operadora poderia voltar o foco às suas operações e isso melhoraria a competitividade do mercado.
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Apesar do ceticismo do mercado sobre a capacidade financeira da Oi, a fonte afirmou que os R$ 22 bilhões que entrarão no caixa da Oi com a venda dos ativos portugueses serão suficientes para que a operadora participe de um processo de consolidação no Brasil. A Oi encerrou setembro com endividamento de cerca de R$ 48 bilhões.
A Oi afirmou em comunicado após a aprovação da venda pelos acionistas da PT SGPS que espera concluir a liquidação financeira do negócio com a Altice até o final do primeiro semestre deste ano.
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A próxima reunião do conselho da Oi está prevista para a primeira semana de fevereiro.