Por monica.lima

A Wessel, empresa de cortes de carne gourmet, investiu R$ 25 milhões em uma nova fábrica, no Km 54 da Rodovia Castelo Branco (SP), para ampliar sua atuação com novos produtos. Hoje, a marca comercializa seus itens no varejo supermercadista e ainda no setor de food service (bares e restaurantes).

De acordo com István Wessel, proprietário da empresa e a quinta geração da família húngara no negócio — os Wessel atuam no ramo de carnes desde 1830, mas aportaram no país somente em 1957 — projeta um faturamento de R$ 80 milhões este ano e se prepara para dobrar a produção de carnes das atuais 200 toneladas mensais para para 400 toneladas ao mês até dezembro. Presente nas principais redes de supermercados e restaurantes, um de seus desafios é equilibrar a distribuição entre os segmentos.

“Hoje 70% das minhas vendas estão concentradas em restaurantes e 30% nos supermercados. Minha meta é que cada segmento responda por 50% do negócio. Para isso, é preciso chegar a mais pontos de venda no país. E também ampliar a variedade de produtos. Com a nova fábrica, eu tenho condições de desenvolver novas linhas, para, inclusive, ingressar no atacarejo”, diz Wessel.

Sua estreia no segmento de atacado deve acontecer em 30 dias, com uma linha de hambúrgueres temperados de 56 gramas e 90 gramas. “Este é um canal que consideramos importante para o nosso negócio. Inicialmente, vamos começar nossa distribuição em lojas da rede Giga, atacarejo da bandeira MGB (Mambo Giga Brasil), de São Paulo. Em seguida, estes produtos também estarão nas prateleiras da rede Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, de quem já somos parceiros. Nos anos 90, fechamos as nove lojas que tínhamos em São Paulo para nos tornarmos fornecedores da rede, que sempre deu destaque aos nossos produtos”, acrescenta Wessel. A empresa também passa a fornecer seus produtos para a rede Hortifruti, com lojas no Rio, São Paulo e Espírito Santo, em até 30 dias.

Além da linha voltada para o atacado, o empresário também está investindo em pratos prontos para ir ao microondas, com preparo rápido. Entre os novos produtos que estão chegando às gôndolas dos supermercados estão frango assado para duas pessoas, tiras de frango assado temperado, espetinhos com seis unidades, nuggets de peito de frango e milanesa de frango.

“São pratos que servem até duas pessoas. Identificamos um público-alvo, que são casais sem filhos ou pessoas que vivem sozinhas e precisam de soluções práticas e que possam ser feitas rapidamente. Além do frango, estamos lançando também uma linha de almôndegas sem conservantes, hambúrguer de cordeiro e mini hambúrgueres de 40 gramas”, enumera ele.

Depois da linha de carne e frango, a Wessel também terá cortes de suíno para microondas. E segue com os tradicionais produtos para churrasco e pratos para preparação em casa.

A mudança do bairro da Bela Vista para a nova unidade industrial, próximo à cidade de Araçariguama, foi fundamental para que a empresa pudesse ampliar a linha de produtos, diz Wessel.

“Sair da fábrica original 56 anos depois foi um grande passo. Não havia mais condições de seguir na Bela Vista. Nesse período, o bairro cresceu, São Paulo cresceu. E não havia mais terreno ou casa que eu pudesse comprar ou alugar para aumentar minha produção. Com a nova unidade, temos espaço para futuras expansões e uma logística de distribuição favorável, por estarmos de um lado no caminho do Rodoanel e, do outro, na rota do porto. O que nos dá condições agora de pensar em exportar”, adianta ele.

Ainda esse ano, diz Wessel, a empresa inicia o embarque de carne para o mercado externo. China, Rússia e países árabes são o foco e já existem negociações, por enquanto, com o mercado russo, para o fornecimento de hambúrgueres.

No mercado de food service, Wessel segue negociando com novos parceiros comerciais. Entre eles, redes de restaurantes Viena, América e Baked Potato. István Wessel acredita que o segmento de alimentação fora do lar, ainda que aquecido, pode vir a ter queda em função do alto custo para o consumidor.

“No que diz respeito às compras em supermercados, o consumidor não deixará de comprar. Mas pode reduzir as refeições fora do lar. Por isso, venho investindo em novos parceiros comerciais no food service, mas não quero que este seja o principal mercado do meu negócio”, acrescenta.

Com relação a lojas próprias, ele descarta a ampliação por meio deste canal. A loja na Avenida Faria Lima, aberta nos anos 70, segue sendo a única, afirma Wessel, funcionando como uma “vitrine institucional”.

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