Por monica.lima

Mesmo na era da informação, as micro, pequenas e médias empresas brasileiras ainda não se preparam adequadamente para a abertura de um negócio. A falta de planejamento, o desconhecimento dos hábitos do consumidor, a ausência de dados sobre a necessidade de capital de giro e a falta de investimento pessoal para a melhor gestão das empresas ainda são fatores que colocam em risco a sobrevivência dos pequenos empreendimentos. Os dados são da pesquisa “Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida”, feita pelo Sebrae de São Paulo, e que refletem uma realidade que se replica no resto do país. São Paulo é o estado com o maior número de pequenas empresas: são 2,4 milhões de estabelecimentos entre micro, pequenas, médias empresas e microempreendedores individuais.

“Mesmo com toda a informação disponível, os empreendedores ainda deixam de planejar. As empresas ainda não amadureceram nesse sentido. Muitos abrem um negócio sem conhecer direito o mercado onde vão atuar. Os resultados da pesquisa evidenciam que os empreendedores simplesmente não levantam informações fundamentais”, diz Marcelo Moreira, consultor do Sebrae SP. O levantamento foi feito com 1.569 sócios-proprietários de pequenos negócios em atividade e 439 que encerraram as atividades, entre empresas registradas na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) e Microempreendedores Individuais.

O menor preço dos produtos ainda foi classificado como um diferencial pelas empresas que encerraram atividades nos últimos cinco anos - essa foi a resposta de 31% delas, contra 23% das empresas que estão ativas.

“A sobrevivência das empresas não está mais baseada no preço, mas esse ainda é um fator que pesa para os pequenos empreendedores. A busca por diferenciação em produtos e serviços é hoje uma preocupação de 38% das empresas ativas. Entre as que encerraram atividades, era de 23%. Um conjunto de informações sobre a atividade, conhecimento do mercado e preparação são itens fundamentais que as pequenas empresas precisam melhorar. O que queremos com a pesquisa é alertar para essa necessidade”, diz Moreira.

Entre as empresas que fecharam as portas em até cinco anos, 58% afirmaram ter experiência prévia ou conhecimento no ramo de atividade. Entre as que estão na ativa, a parcela aumenta para 72%. O principal motivo para a abertura de uma empresa, segundo a pesquisa, foi o desejo de tocar o próprio negócio (37%); a identificação de uma oportunidade (26%); exigência de um cliente (19%) e aumento de renda (11%).

Você pode gostar