Por leonardo.rocha
Romão usa sua rádio para denunciar o tráfico de mulheres e o racismoEstefan Radovicz / Agência O Dia

Niterói - Marcos Romão é sociólogo formado no Brasil, virou jornalista na Alemanha, mas a atividade que o define melhor é a de militante pelos direitos humanos. Após mais de 20 anos na Europa – autoexílio que se impôs “para não ser alvo de balas nem tão perdidas” -, ele montou uma rádio na internet para denunciar o tráfico de mulheres, manifestações de ódio racial, violência doméstica e contra crianças – tema que acompanha de perto desde 1993, quando, ainda no Brasil, participou de ações de proteção aos sobreviventes do Massacre da Candelária.

Outra bandeira do niteroiense Romão, e de outros militantes, como sua mulher, a alemã Ortrun Gutke, é a organização da luta pela cidadania dos brasileiros em outros países. Em congresso do Conselho Mundial de Brasileiros no Exterior, realizado no Rio, no governo Lula, ele foi o representante dos 80 mil brasileiros brancos e negros que vivem legalmente na Alemanha. “E dos ilegais também”.

Um dos assuntos levantados foi o da previdência social, com a reivindicação dos trabalhadores brasileiros em cidades como Colônia e Hamburgo para que o tempo de trabalho no Brasil fosse reconhecido em acordo firmado pelo presidente Lula e a primeira-ministra Angela Merkel. Mais uma vitória da rede montada por esse militante 24 horas.

O “estúdio” da Rádio Mamaterra é uma salinha do apartamento de Romão e Ortrum no bairro de Santa Rosa, com apenas dois computadores, microfones e acessórios. “Não é preciso mais do que isso. É uma volta ao passado. Foi em Niterói que começamos uma luta contra o racismo ostensivo ou disfarçado. Nem se pensava em cotas na época. Depois, quando fui morar na Alemanha, fiquei na outra ponta, recebendo e repercutindo denúncias”, lembra Marcos Romão.

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