Por julia.sorella

Niterói - De olho na revitalização do Centro de Niterói — que prevê, entre outras coisas, o retorno de moradores à região -, as construtoras se anteciparam às mudanças. Prédios novos e canteiros de obras já fazem parte do novo cenário que começa a se moldar, revelando o Centro do futuro. As maiores apostas do mercado imobiliário são os prédios residenciais, já que a região é tomada pelo comércio. Segundo a prefeitura, no Centro vivem hoje 28 mil pessoas. Com a revitalização, a expectativa é de receber mais 40 mil,

“As pessoas querem fugir do trânsito e o Centro tem várias saídas para o Rio. Como é a região não é muito grande, não há uma área de maior procura. Tudo fica perto: barcas, rodoviária e vias de acesso à ponte. Dá para se chegar a esses lugares a pé”, explicou o diretor da Pinto de Almeida Engenharia, Naum Riffer.

Piscina projetada para ser uma das atrações do prédio em construçãoDivulgação

A construtora já lançou dois prédios. Um na Rua Barão do Amazonas, que teve 70% dos apartamentos vendidos no lançamento, e o outro na Rua Visconde do Uruguai. São apartamentos de dois e três quartos em prédios com área de lazer e piscina.

Para receber esses novos moradores, comerciantes já começaram também a se preparar para o futuro. Um deles é o Galeto, tradicional restaurante na Rua José Clemente. Em dois meses, ele entra em obras. O comprido balcão com 53 bancos dará lugar a mesas, e os ventiladores, ao ar-condicionado. O Galeto foi inaugurado há 38 anos.

O Galeto da José Clemente fez pesquisa para saber se os fregueses queriam reforma%2C diz o gerente Brasilino Alexandre Vieira / Agência O Dia

“Há uns quatro anos, foi feita uma pesquisa onde nossos clientes não queriam as mudanças para não tirar a identidade do lugar. Mas temos uma clientela cativa e essas obras, essa nova cara não vai nos prejudicar. Além de continuarmos com eles, ganharemos os novos”, espera o gerente da casa, José Brasilino.

Imóvel de 13 andares onde ficavam duas casas antigas

Antônio Luiz da Cruz, o Tuninho, é morador antigo da Rua Visconde de Uruguai, no Centro. Ele vendeu duas casas da família na mesma rua para a Pinto de Almeida, onde será erguido um prédio de 13 andares. “Espero que o comércio melhore. Não temos bons bares e nem restaurantes”, disse ele, que mora num apartamento perto. “Meu imovel será mais valorizado”.

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