Por victor.duarte

Niterói - Em meio às florestas e parques de Niterói, um “inimigo” anônimo avança e preocupa. No período de estiagem compreendido entre 2013 e 2014, as queimadas bateram recordes em relação à quantidade de focos e perdas de vegetação. Ao todo foram 637 pontos com registros de incêndios, que transformaram em cinzas 629,25 hectares (600 campos de futebol). Cerca de 44% deste montante era de floresta nativa, enquanto o restante destruído foi de capim.

E a principal causa que devastou 4,7% do território niteroiense continua sendo a ação do homem, seja ela criminosa ou acidental. A realidade faz parte de um estudo de mapeamento via satélite contratado pela própria prefeitura, finalizado recentemente. Diante da análise, já na próxima semana, o vice-prefeito, Axel Grael, começa a elaborar um plano de emergência de combate às queimadas para o próximo período de seca.
“Notamos que nunca foi registrado tanto fogo.

Vice-prefeitura contratou mapeamento via satélite para criar plano de emergência. Imagens servirão de base para ações na próxima estiagem Banco de imagens / Agência O DIA

Os técnicos mapearam os focos de incêndio ativos, áreas atingidas por queimadas recentes, tipos de vegetação atingidos, áreas com maior risco e principalmente as causas, que, em sua maioria, continuam sendo o fogo em montes de lixo, que se espalha pela mata”, explicou Grael.

No ano passado, a estiagem, que se concentra entre os meses de julho e setembro, se estendeu até o início de 2014. O motivo foi a falta de chuvas, que pode ocorrer novamente. As principais áreas afetadas foram Fonseca, Barreto e São Francisco. “Nos preparamos para as enchentes, conforme a previsão. Mas o resultado foi o contrário e fomos pegos de surpresa”.

Neste fim de ano, onde a situação ainda está controlada, já foram registrados grandes focos no Cavalão, em Icaraí, e no Morro da Viração, em São Francisco.

Responsáveis serão punidos

Para impedir que a cidade perca novos hectares com as chamas, o trabalho da prefeitura será baseado na prevenção. A ideia é impedir que o lixo se acumule em encostas e realizar uma ação educativa com a população das áreas mais afetadas.

“Além disso, também vamos trabalhar focos reincidentes. Através da identificação, vamos notificar os proprietários, que poderão responder criminalmente. Em muitos casos, os incêndios são provocados com um propósito particular: para afastar bichos e incinerar o lixo”, disse Axel.

637
Número de vezes que o Corpo de Bombeiros foi acionado por queimadas em um ano

629
É a quantidade (em hectares) de mata que se perdeu com os incêndios

4,7%
É quanto as queimadas representam de toda a área atingida do município

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