Por marina.rocha

Niterói - Os gastos com a compra de energia termelétrica e a falta de aporte do Tesouro Nacional ao setor energético, anunciado em janeiro desse ano pelo governo federal, foram algumas das justificativas da Ampla para o aumento de até 56% na tarifa, que passa a vigorar a partir deste domingo.

A Ampla tem 2%2C6 milhões de clientes e distribui energia para 66 das 92 cidades do Rio%2C entre elas NiteróiAlexandre Vieira / Agência O Dia

De acordo com o diretor de Regulação, José Alves, a concessionária terá que desembolsar R$ 220 milhões a mais que no ano passado por causa da falta de chuvas. Isso porque foi obrigada a comprar 20% a mais de energia termelétrica, que é mais cara do que a hidrelétrica.

Outra justificativa foi em relação aos repasses de verba do governo federal. Ano passado foram aportados R$ 11,8 bilhões para Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)da empresa. A verba serve como subsídio para Tarifas Sociais, mas este ano não será depositada. Sendo assim, o custo foi repassado aos usuários.

José Alves disse ainda que, do reajuste médio aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a parte da empresa será de apenas 0,47%. “Temos uma particularidade. Recolhemos recursos para pagar os órgãos do setor elétrico que constitui de geração, transmissão e distribuição de energia. Por isso esse valor ficou tão alto”, explicou Alves.

Porém, nem de longe a concessão está no ‘vermelho’. No ano passado a receita foi de R$ 6,1 bilhões. Destes, investiu R$ 18,8 milhões de reais em projetos socioambientais.

A Ampla tem 2,6 milhões de clientes e distribui energia para 66 das 92 cidades do Rio, entre elas Niterói.
Em recente pesquisa que avaliava a qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias em todo o país, a companhia foi considerada a pior do Sudeste e a quinta pior do Brasil.

Porém, em comparação com outras concessionárias, o diretor José Alves explicou que também está nesta conta o reajuste anual que todas as empresas têm direito. No caso da Light, por exemplo, ele só ocorrerá em novembro.

"Como esse nosso reajuste aconteceria agora ele foi incluído nessa revisão tarifária. Se não fosse isso, nosso aumentar seria em torno de 20% como aconteceu com as outras, que terão as tarifas ajustadas ainda esse ano", disse o diretor.

Em 2014, a empresa aumentou seus investimentos em 22,2%, e afirmou que ainda deve ampliá-los esse ano.

A empresa foi considerada a pior concessionária da Região SudesteFábio Gonçalves / Agência ODIA

Micro e pequenas empresas receberão ajuda do Sebrae

As micro e pequenas empresas de Niterói e São Gonçalo vão ganhar ajuda do Sebrae-RJ para minimizar os efeitos do aumento da tarifa da conta de luz. O apoio será através do programa Sebraetec, que está oferecendo o serviço de Diagnóstico de Eficiência Energética a custo subsidiado para que os empreendedores possam enxugar seus gastos.

Será analisado o padrão de consumo da empresa e, após a conclusão, vai propor um plano de ação para a adequação do consumo. O empresário vai pagas apenas 20% do preço do trabalho, já que os demais 80% serão subsidiados, a custo zero, pelo Sebrae.

Para ter acesso ao serviço os empresários devem ligar ligar para o 0800 5700 800 e agendar a ida ao escritório da instituição em Niterói. Basta levar a identidade e o CNPJ e dar entrada no pedido de Consultoria para Eficiência Energética. Em até sete dias, o empreendedor receberá as propostas.

Para o coordenador do Leste Fluminense, Américo Diniz, em momentos de crise, as empresas precisam olhar para seus custos, e utilizar o Sebraetec é uma oportunidade de fazer este movimento e inovar.

“Esse aumento traz impacto relevante nos custos das empresas. É nosso papel ajudar a repensar esse momento. Com o diagnóstico de eficiência energética, o empresário entende onde está o desperdício e pode se planejar para um consumo menor. É o tipo de programa que ele só tem a ganhar, uma vez que o investimento é pequeno”, disse Diniz.

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