Por marina.rocha
José Raymundo torce para tudo melhorar Paulo Araújo / Agência O Dia

Niterói - Cerca de 1,2 mil portadores de deficiência são atendidos pelos serviços da Pestalozzi todo mês. O número mostra que a instituição não acabou, a exemplo do que aconteceu com os cursos superiores que eram ministrados por lá. Porém, com a atual crise financeira, uma nova angústia toma conta da diretoria. Isso porque a entidade recebe R$ 300 mil mensais do Fundo Nacional de Saúde, do Governo Federal. O repasse é feito pela prefeitura, mas... não tá fácil pra ninguém.

“Já ficamos seis meses sem receber nada. Agora eles estão nos devendo desde abril, o que já soma R$ 900 mil. Isso prejudica nossas atividades e atrasa os salários dos funcionários”, disse o presidente em exercício da instituição, José Raymundo Romeo.

De acordo com a Fundação Municipal de Saúde, o atraso existe por conta de um retardo na liberação do token e assinatura digital do novo superintendente. “Os fluxos de pagamentos já estão sendo regularizados”, informou.

Todos os pacientes vêm indicados pelas redes de Saúde de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí. O centro de reabilitação física é o que tem maior demanda, com média de 800 atendimentos mensais. Mas eles também têm escola especial para crianças e adolescentes e programas de inclusão com encontros regulares.

Coordenadora geral da unidade, Jussara Freitas destaca que a sensação é que o local está sendo subutilizado. “O centro de estimulação precoce, para bebês e crianças de até seis anos com comprometimento neuropsicomotor, por exemplo, tem capacidade para 130 atendimentos e não tem passado da casa dos 60”, alerta.

Felipe da Rocha, de 22 anos, tem síndrome de down e começou a frequentar a Pestalozzi com 21 dias de vida. A mãe, Sônia da Rocha, leva ele ao local todos os dias. “Ele já passou por todas as atividades daqui e ele aprendeu a fazer tudo. Só não fala, mas entende tudo e consegue se expressar”, define.

José Luiz da Silva teve que amputar a perna por consequência de diabetes e ganhou uma prótese da PestalozziPaulo Araújo / Agência O Dia

OFICINA DE PRÓTESE E ÓRTESE

Um dos setores que têm destaque é a oficina de órtese e prótese da Pestalozzi. Lá são atendidos pacientes de 44 municípios do Rio e cerca de 400 equipamentos são entregues a cada mês. A maioria é produzida e adaptada ali mesmo. Edson Brito Monteiro, 56, tem a doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica (ELA) e é atendido na Pestalozzi há três anos. Ele vem de Itaboraí duas vezes por semana e há 15 dias foi o primeiro a ganhar uma cadeira de rodas motorizada por ali.

Segundo a mulher, Jurema Monteiro, o atendimento da instituição é diferenciado. “Passei por outro lugar antes de vir pra cá, mas não foi uma boa experiência. Tudo o que a gente conseguiu foi aqui. E se a gente estivesse aqui desde a descoberta do diagnóstico, ele com certeza estaria melhor”, afirma.

Reportagem de Marina Rocha

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