Por paola.lucas

Niterói - O rúgbi já foi considerado um esporte ‘elitista’, de granfino, mas que de fino mesmo não tem nada. Mas hoje não tem essa de esporte da elite, para entrar nesse time basta ter mesmo é vontade e muita disposição. Para os atletas que se destacam e planejam dar um gás na carreira, vai o alerta: os investimentos chegam a R$ 23 mil ao ano, incluindo inscrições, uniformes e transporte.

Por ano acontecem cinco campeonatos, entre 60 e 70 partidas, incluindo todas as modalidades do rúgbi.Divulgação

No esporte desde os 13 anos, a niteroiense Beatriz Futuro faz parte da seleção brasileira de rúgbi e explica que a modalidade hoje é bem acessível, mas manter-se como um atleta de alto rendimento são outros quinhentos…“Para participar de um campeonato estadual, por exemplo, o time inteiro gasta cerca de R$ 8 mil, não é barato”, conta.

E para entrar em disputa, ela lembra que seu time já fez até um calendário sensual. Foi o jeito de arrecadar fundos e estruturar a equipe técnica para participar de um campeonato mundial. “Imagina representar o país sem uma estrutura mínima?” ressalta ela, dizendo ainda que quando a modalidade voltou ao quadro olímpico, em 2012, conseguir apoio e patrocínio se tornou um pouco mais fácil.

É um esporte bem dinâmico. Derruba, levanta, chuta, passa… e aqui na terrinha o Niterói Rugby é um dos pioneiros no assunto. Na última semana, receberam as treinadoras Sascha Werlich e Linda Franssen da seleção holandesa de rúgbi para um ‘aulão’ na praia de Icaraí.

“A presença delas traz novas ideias, além da troca de experiências entre as equipes técnicas” comenta o capitão dos times masculinos do Niterói Rugby, Robledo Veiga.

As aulas são direcionadas para jovens iniciantes no rúgbi com idades de 10 a 18 anos. Para os treinos, eles oferecem os uniformes, a bola e todos os equipamentos necessários para a prática. Veiga diz que o incentivo existe.“Muitas vezes contamos com o apoio da prefeitura e de alguns empresários. As aulas, por exemplo, são financiadas por uma empresa que incentiva o rúgbi por aqui”, conta.

Atualmente os clubes de rúgbi não tem um local específico de treino. Eles reúnem seus atletas na praia, na UFF e por aí vai. Com o prazo vencido para o início da construção do Centro de Treinamento de Campo Belo, em Itaipu, a prefeitura, através da secretaria de esportes explica que o projeto já está pronto e depende apenas de liberação por parte do Tribunal de Contas do Estado.

Foco total nos Jogos Olímpicos

A seleção brasileira feminina de rúgbi concentra seus treinos em São Paulo até o início dos Jogos Olímpicos, em agosto desse ano. Beatriz Futuro conta que o fato das competições acontecerem na cidade do Rio possibilitou à equipe brasileira participar de mais etapas dos circuitos mundiais.

“Essa é a melhor maneira da gente se preparar e manter o ritmo para chegar bem nas Olimpíadas”.

Ela conta que a equipe já esteve na África do Sul, Dubai, Atlanta e Canadá. “Depois vamos à França e assim mantemos o ritmo de treinos com as outras grandes equipes do mundo”, diz.

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