Testagem rápida em Niterói atingirá, em três meses, um a cada dez habitantes
Intenção é conhecer o comportamento da doença e, dessa forma, estabelecer estratégias mais efetivas para qualificar o planejamento das ações locais
Vistoria mostra que hospitais federais do Rio não têm testeDivulgação / Douglas Macedo
Por O Dia
Niterói - Iniciada na última sexta-feira nas unidades do Programa Médico de Família da Região Norte 1 (Teixeira de Freitas, Bernardino, Jhonatas Botelho, Caramujo, Morro do Céu e Viçoso Jardim), a testagem rápida de pacientes para o novo coronavírus parte esta semana para outras regiões da cidade até atingir, nos próximos três meses, a taxa de um teste a cada dez habitantes - ou seja, cerca de 50 mil moradores de Niterói. "O trabalho segue experiências internacionais bem-sucedidas", garante nota divulgada pela Fundação Municipal de Saúde.
“Esses números são de padrões internacionais, já que o Brasil, por exemplo, testa um a cada 2.850 habitantes e a Coreia do Sul, que é exemplo de testagem no mundo de combate ao vírus, testa um a cada 110 habitantes. Essas informações vão possibilitar que a gente tenha um combate mais efetivo a essa pandemia”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira.
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O protocolo de testagem foi feito pela Prefeitura de Niterói em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) e determina que o teste sorológico seja feito a partir do oitavo dia dos sintomas identificados pela equipe de atenção básica, através do programa Médico de Família. A intenção é conhecer o comportamento da doença e, dessa forma, estabelecer estratégias mais efetivas para qualificar o planejamento das ações em Niterói. “Isso vai ampliar e muito a nossa capacidade de testagem porque hoje nós só testamos os pacientes internados em situação grave”, explicou Rodrigo Oliveira.
Caso as pessoas com resultado positivo não tenham condições adequadas para fazer o isolamento social em casa, serão orientadas a procurar os centros de referência de quarentena que estão sendo criados pela Prefeitura, onde serão assistidas por pelo menos 14 dias. Os centros foram montados nos CIEPs municipalizados Esther Botelho (Cantagalo) e Anísio Teixeira (Fonseca).
“A ida é opcional. Essas pessoas serão encaminhadas com toda a dignidade e terão acompanhamento médico e psicológico nesses locais, onde poderão cumprir a sua quarentena sem o risco de infectar os parentes e as pessoas próximas”, detalhou o secretário de Saúde.
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Durante o primeiro dia de testagem, a agente comunitária de Saúde Ariela Ramos, de 26 anos, testou positivo para o Covid-19. Ela, que trabalha na unidade Teixeira de Freitas do Programa Médico de Família, disse que começou a sentir os sintomas na semana passada e iniciou imediatamente um isolamento social.
“Eu comecei a sentir dor de cabeça, no corpo e tive tosse há uma semana, quando parei de trabalhar. Como agente de saúde, tenho que servir como exemplo e tomar as providências para evitar a propagação. Agora estou fazendo o isolamento domiciliar e aguardando a recuperação completa para poder voltar ao serviço”, desabafou ela.