O Disque Denúncia tem sido aliado da Prefeitura de Niterói no combate à disseminação da covid-19. Na Central de atendimento (2253-1177), uma equipe exclusiva monitora informações anônimas de niteroienses sobre comércios não essenciais em funcionamento, pontos com aglomeração de pessoas, empresas expondo funcionários a riscos e superfaturamento ou falsificação de máscaras de proteção e álcool em gel. Desde o dia 16 de março, data do primeiro informe recebido, a 22 de abril, foram 356 denúncias relacionadas a doença: uma média de nove por dia.
A maior quantidade de denúncias se refere ao eixo 'Pessoa Jurídica', que engloba informações sobre empresas e estabelecimentos que não estão seguindo as normas de segurança para evitar a propagação do coronavírus. As chamadas apontam aglomerações de funcionários e falta de materiais e equipamentos de segurança, e funcionamento de estabelecimentos com grande número de pessoas, como bares e restaurantes. Ao todo, foram 213 ligações sobre essas irregularidades, o que representa 60% do total de denúncias recebidas.
Uma das denúncias foi feita no dia 31 de março, sobre uma loja de brinquedos em funcionamento em Icaraí. Segundo o relato, as portas estavam fechadas. Porém, havia funcionários agrupados e sem equipamentos de proteção no interior.
"Fomos surpreendidos pelas denúncias da própria população. Tivemos que correr atrás e começar a repassar os dados às autoridades. O resultado tem sido positivo, pois Niterói tem uma prefeitura muito atuante. As denúncias estão sendo repassadas à administração municipal, às polícias e ao Ministério Público do Trabalho (MPT)", diz Zeca Borges, coordenador do Disque Denúncia, que faz um apelo à população:
"Ninguém pode nada sozinho, seja as policias ou a prefeitura. É impossível ter um agente em cada esquina, mas em cada esquina há um cidadão. Portanto, denunciem as irregularidades, pois as autoridades podem muito mais com o Disque Denúncia".
O segundo eixo com o maior número de denúncias é o denominado 'Pessoa Física', com informações sobre pessoas que estejam desrespeitando as recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades locais. As denúncias relatam aglomerações em locais públicos ou privados e realização de festas ou eventos particulares. Entre os dias 16 de março e 22 de abril, foram 91 ligações, ou 25% do total.
No dia 30 de março, uma ligação denunciou a ocorrência de uma festa com cerca de 50 pessoas no bairro de Camboinhas. Segundo o relato, as pessoas estavam agrupadas, em desrespeito à distância mínima de dois metros preconizada pelas autoridades em saúde.
Segundo o coronel Silvio Guerra, comandante do 12º BPM (Niterói), denúncias desse tipo diminuíram bastante ao longo das últimas semanas. "No início, recebemos muitas denúncias desse tipo, principalmente de aglomerações em bares à noite. Agora, elas têm sido bem espaçadas, o que mostra que a população está se conscientizando", disse Guerra.
De acordo com o coronel, os maiores problemas estão acontecendo nos supermercados e bancos. "Nesses casos, estamos usando o megafone para conscientizar o cidadão", diz Guerra.
Bairros com mais denúncias
A região de Niterói com o maior número de denúncias é o Centro, com 92 ligações, seguida por Icaraí (58), Fonseca (35), Piratininga (20), Santa Rosa (17), Itaipu (14), Barreto (13), Ilha da Conceição (11), Ingá (9) e Largo da Batalha (9).