Lojas estão para alugar em Niterói - Divulgação
Lojas estão para alugar em NiteróiDivulgação
Por O Dia

Com a pandemia do novo coronavírus e a necessidade de isolamento social, os comércios acabaram sofrendo consequências financeiras por conta do período de inatividade, há quase três meses. Em Icaraí, bairro localizado na Zona Sul da cidade, é fácil encontrar estabelecimentos que precisaram fechar as portas para cumprir a quarentena.

Na Rua Coronel Moreira Cezar, uma das principais do bairro e que é muito frequentada pelas pessoas que gostam de realizar compras, a equipe do DIA flagrou ao menos quatro estabelecimentos que fecharam as portas e entregaram o ponto. Na esquina com a Lopes Trovão, o cenário é nítido: três lojas, uma ao lado da outra, que estavam na ativa antes da crise, fixaram mensagens de 'Aluga-se' na entrada.

Os donos dos estabelecimentos, procurados pela reportagem, não quiseram dar entrevistas. Alguns apenas disseram que não aguentam mais sofrer por "conta desse vírus".

Em outro ponto da Moreira Cezar, perto da Miguel de Frias, uma filial da Starbucks, empresa americana com maior rede de cafeterias do mundo, precisou fechar as portas por causa da crise. O fato mostra que o problema está afetando grande e pequenos empresários. Carlos Lacerda, de 46 anos, antigo dono, contou que decidiu fechar após sofrer com os dias em que precisou ficar inativo.

"Infelizmente, eu entrei para a estatística e fechei a porta. Não vou falar de prejuízo por uma questão de exposição. Eu e meu sócio preferimos não falar, mas foi alto", disse o empresário.

Em outro ponto do bairro de Icaraí, na Rua Nóbrega, local conhecido por reunir restaurantes e bares para os niteroienses que curtem refrescar a garganta, o desespero bateu. O dono recorreu à palavra 'Urgente' para tentar passar o negócio para um futuro empresário da região. Na placa, Ricardo Moreira, de 48 anos, expõe não só o contato, mas também o valor que deseja e garante que o local "está montado para clientes".

"A ideia é deixar bem claro que quero me livrar logo disso (loja)", disse o empresário em tom de brincadeira.

Ricardo também é dono de uma sorveteria em São Francisco, mas, segundo ele, esse estabelecimento ainda tem fôlego financeiro, pois conta com a ajuda de um outro sócio. "O clima da sorveteria esquentou (risos), mas estamos conseguindo segurar a onda e vamos manter. Tomara que o povo volte às ruas com muita vontade de um sorvete e açaí", finalizou.

NÚMERO IMPACTANTE

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) não tem um número exato de quantos estabelecimentos fecharam as portas desde o começo do isolamento social, em março. Porém, segundo um dos integrantes do órgão, que pediu para não ser identificado, em percentuais deve ter fechado cerca de 35% de lojas. Em toda a cidade de Niterói, as áreas mais afetadas foram Região Oceânica e Icaraí.

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