Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira se dispõe a doar sangue, enquanto o ideal seriam 5% - Divulgação / VerÎnica Oliveira
Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira se dispõe a doar sangue, enquanto o ideal seriam 5%Divulgação / VerÎnica Oliveira
Por Irma Lasmar
Com o objetivo de homenagear todos os doadores de sangue e conscientizar os não-doadores sobre a importância deste ato - que é responsável pela salvação de milhares de vidas - o Dia Mundial da Doação de Sangue é comemorado em 14 de junho, ou seja, neste domingo. A data, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014, foi escolhida por ser o aniversário de Karl Landsteiner (1868-1943), imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as diferenças entre os tipos sanguíneos. Essa mesma ênfase na importância da doação voluntária e na necessidade de doadores regulares também é dada no Brasil em 25/11, o Dia Nacional do Doador de Sangue. Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira se dispõe a doar sangue, enquanto o ideal seriam 5%. 
Na cidade sorriso, mesmo pouco falado nesse período de pandemia, em que as notícias vêm girando prioritariamente em torno do atendimento a infectados pelo novo coronavírus, o serviço de doação e coleta não parou. “A consciência de todos é fundamental, principalmente em momentos como estes que vivemos agora. Os enfermos, por exemplo, continuam precisando de doações e estamos preparados para receber os doadores da melhor e mais adequada maneira possível.”, afirma Dra. Catarina Finkel, diretora médica da Clínica e Hemoterapia de Niterói, banco de sangue localizado na Rua Almirante Teffé, reforçando que é fundamental manter os estoques a qualquer tempo.
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A Clínica de Hemoterapia supre os hospitais privados de Niterói e São Gonçalo, mas já forneceu para o Hospital Estadual Azevedo Lima e mantém parcerias com as unidades públicas, como o Hospital Universitário Antônio Pedro, entre outros, para ajudar em caso de necessidade. é manter o estoque de seus bancos de sangue. Com a população em isolamento social, os protocolos de higiene e segurança foram incrementados com novas medidas protetivas, de modo a dar segurança aos doadores e não parar este serviço tão essencial. Entre as medidas estão a higienização com água, sabão e álcool em gel, a distribuição de máscaras para os doadores e a orientação quanto à sua utilização, a restrição de aglomeração de pessoas na recepção, tendo as cadeiras bloqueadas com distanciamento adequado de uma para outra e a higienização constante dos assentos, corrimão, maçanetas e outros elementos físicos do local.
Para doar sangue, basta estar em boas condições de saúde e alimentado, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e levar documento de identidade original com foto recente. Importante evitar alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação e 12 horas para o caso de bebidas alcoólicas. Se estiver com sintomas de gripe ou resfriado, ou tiver tomado vacina recentemente, não deve doar temporariamente. Para maiores informações dos postos de coleta, a população deve consultar @doacaodesangue nas mídias sociais.
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Fundadora da ONG Davida em 2011 e coordenadora da campanha Agosto Laranja em Niterói, Cristina Ana Morgan Figueroa perdeu o filho em 2007 para um tipo de leucemia rara e grave, fazendo dessa experiência e do engajamento pró-doação de medula e de sangue a sua missão de vida. "A doação de sangue é algo simples, ao alcance das pessoas saudáveis, e que ajuda a salvar vidas. Quem tem condições de saúde para doar, deveria fazê-lo como contribuição à humanidade", exclama a filantropa. 
Em 2016, o Congresso Nacional aprovou a Lei 13.289, que confere o Selo de Empresa Solidária com a Vida às corporações que criam programas de esclarecimento e incentivo à doação de sangue e de medula óssea entre seus funcionários e clientes e junto à população. Segundo um documento da OMS, nos países de baixa e média renda, onde vivem 82% da população mundial, 43% das doações feitas por novos doadores são pagos ou provenientes de familiares de pacientes que o fazem como reposição. A meta da OMS é tornar todos os doadores de sangue voluntários.