Por Irma Lasmar
Niterói - "Prefeito e vereadores existem para servir a você" foi a frase com que Antonio Rayol, pré-candidato à Prefeitura pelo partido Podemos, encerrou a entrevista ao vivo que concedeu ao colunista político Sidney Rezende e ao jornalista Venê Casagrande nos canais do jornal O DIA na internet nesta terça-feira à tarde. Ele respondeu a perguntas dos jornalistas e dos internautas, relacionadas a educação, segurança pública, mobilidade, habitação, acessibilidade, esporte e cultura.
Advogado e delegado da Polícia Federal aposentado, o prefeitável contou que tem conversado com cidadãos de vários segmentos da sociedade para solidificar seu plano de governo. Com a assessoria de especialistas, ele vem preparando um projeto de mobilidade urbana. Sua ideia principal é a implantação do sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos) na Alameda São Boaventura para evitar a entrada desnecessária de veículos de outros municípios cruzando o Fonseca para acessar a Ponte Rio-Niterói e a estação das barcas da Praça Arariboia, no Centro. 
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Para Rayol, não adianta construir mais viadutos, pontes e novos espaços, e sim desestimular o uso constante do carro, principalmente se há meios de se fazer o mesmo trajeto com outros modais. "É preciso oferecer opções. O transporte público não melhora porque os contratos de concessão são longos e o empresariado vai descumprindo com o tempo as suas obrigações. Os que deveriam fiscalizar fazem vista grossa mediante acordos políticos, em detrimento da população que mais precisa", disparou ele, que cogita o uso de bicicletas para desafogar o trânsito da cidade, mas considera as ciclofaixas um risco de morte. "Sou ciclista, apaixonado por minhas bikes, mas tenho medo. Mas evito certas rotas. Porque não há segurança, fiscalização nem educação no trânsito de Niterói".
O pré-candidato do Podemos demonstrou preocupação com os moradores de áreas de risco, e defendeu a construção de mais casas populares. "São Paulo há um programa de mutirão que levanta casas de 60 metros quadrados com 27 mil reais. Niterói precisa de um plano desses de habitação para proteger centenas de famílias hoje em situação de vulnerabilidade. E depois reflorestar essas áreas", sugeriu. "Dinheiro tem, falta gestão. São 62 órgãos dentro da estrutura municipal que não funcionam direito. Tem quem trabalhe sim, mas há muito cabide de empregos".
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Em relação à Educação, Rayol disse ser a favor dos vouchers, que permitiriam aos pais de alunos da rede municipal procurar outras unidades de ensino quando não encontrassem vagas perto de casa. Defendeu também a criação de materiais didáticos com acessibilidade, a presença de educadores auxiliares para alunos com necessidades especiais em sala de aula e a melhoria da qualidade das refeições servidas. "A Lei Orgânica, que tem artigo proibindo o voucher, precisa ser revista, pois essa é uma prática bem sucedida em vários municípios brasileiros, principalmente no Sul do país", comentou. "O material escolar de apoio chega meses depois do início do ano letivo e professores muitas vezes desembolsam para comprar insumos faltantes. Já o Plano de Cargos, Carreiras e Salário não era ruim, mas benefícios foram cortados".
Adepto das artes marciais, da canoa havaiana e da vela, o entrevistado ressaltou a vocação esportiva dos niteroienses e manifestou sua intenção em negociar com o Governo do Estado o uso do estádio e ginásio Caio Martins como um dos cinco polos que pretende criar na cidade para iniciação esportiva para jovens de comunidades e em geral, visando, entre outros objetivos, à prevenção da violência e ao tratamento complementar na questão da dependência química. Rayol é membro do Conselho Municipal Antidrogas do Rio de Janeiro e já realizou cursos preparatórios na área ministrados pelo FBI.
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Perguntado sobre acessibilidade, o advogado e policial federal revelou sua experiência pessoal com a questão. "Operei o quadril e fiquei três meses usando muletas, experimentei a maratona de obstáculos que acompanha o deficiente físico na vida. Não há como se locomover pelas vias públicas de Niterói. É nítido o descaso com esse segmento", lamentou. Para a Cultura, o candidato propôs eventos populares uma vez por semana na Praça Arariboia e na Concha Acústica, com a participação dos artistas da cidade. "Nossos músicos e atores têm qualidade e querem espaço. Não há necessidade de se gastar 600 mil reais com megashows de celebridades", disparou. 
Apaixonado por animais, Rayol falou com carinho de seus pugs Brad e Malu (que aparecem com ele na foto da matéria de divulgação da entrevista) e a labradora Jolie. "Os bichos sempre fizeram parte da minha vida. Minha tese de doutorado, aliás, foi 'Bioética e Tutela Jurídica dos Animais', mas logo na introdução eu já advertia que a questão dos direitos dos animais vão além dos pets que temos em casa", relembrou ele, evidenciando ser esta área da gestão pública outra de suas preocupações e foco. 
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