Entre o início do isolamento e as primeiras medidas de relaxamento, apenas 38,3% - 332 de 865 ônibus - estavam em circulação no Terminal João Goulart - Arquivo
Entre o início do isolamento e as primeiras medidas de relaxamento, apenas 38,3% - 332 de 865 ônibus - estavam em circulação no Terminal João GoulartArquivo
Por Irma Lasmar
Niterói - O setor de transporte rodoviário de passageiros deverá operar com 70% de sua capacidade de mão de obra até o final de 2020, segundo a análise de diretores das empresas de ônibus que atuam nos 13 municípios da base do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac). De acordo com a Diretoria do sindicato, para o setor voltar a operar com 100% do pessoal, a economia do estado do Rio de Janeiro terá que estar em pleno funcionamento, o que, na avaliação desses executivos, só acontecerá com a produção de uma vacina ou um remédio para a covid-19.
A análise foi feita em reuniões após inspeções diárias do sindicato nas empresas e nos terminais viários para averiguar a situação dos trabalhadores durante a pandemia. Entre o início do isolamento social e as primeiras medidas de relaxamento, apenas 38,3% - ou seja, 332 de 865 ônibus municipais e intermunicipais - estavam em circulação no Terminal João Goulart, no centro de Niterói. Este percentual, hoje, se aproxima de 70%.
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A reabertura econômica no estado do Rio também sinalizou a retomada de postos de trabalho para os rodoviários. A Viação 1001, que em maio havia demitido 1.200 profissionais, anunciou o início de contratações, readmitindo um primeiro grupo de motoristas que haviam perdido o emprego naquele mês. A expectativa é que outros retomem suas funções nas próximas semanas.

“Como a projeção é de produção de uma vacina no Brasil apenas em dezembro, pela Fiocruz, certamente a economia não estará em sua plenitude antes de 2021 e ainda assim levará meses antes que toda a população seja imunizada contra o coronavírus. Então, em nossa análise, se tudo der certo, a capacidade econômica do estado do Rio só estará plenamente normal a partir do segundo semestre do ano que vem”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira. “Precisamos ficar atentos, no entanto, para a questão do auxílio emergencial. Tudo indica que, ao menos no setor rodoviário, a crise se estenderá por algum tempo. Então, esse auxílio também deve ser estendido, enquanto os trabalhadores estiverem sofrendo com essa crise”.