Alexandre sofre pela alta no desemprego ao longo da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus  - Imagem Internet
Alexandre sofre pela alta no desemprego ao longo da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus Imagem Internet
Por Luciana Guimarães
Niterói - O número de desempregados no Brasil aumentou de 10 milhões em maio para 13 milhões e meio em setembro, o que representa uma alta de 33% em cinco meses de pandemia. Os dados são da PNAD Covid-19, divulgada pelo IBGE. Um número aterrorizante e que atingiu em cheio os lares brasileiros, como foi o caso do chefe de família Alexandre Lopes, de 43 anos.
Desempregado desde janeiro e sem sucesso nas inúmeras tentativas de se recolocar no mercado, Alexandre fez uma placa onde relata a situação em que vive e pede uma chance. No texto, ele escreveu: ‘Me ajude pelo amor de Deus a achar um trabalho. Minhas funções são: auxiliar de serviços gerais, garçom, repositor, auxiliar de portaria. Pode confiar em mim. Me indique. Sou um chefe de família querendo garantir o teto da família para não sermos despejados. Nos ajude’.
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Em seguida colocou o número do seu telefone celular e ficou segurando o papel no sinal da Rua Lopes Trovão, na grade do Campo de São Bento, em Icaraí, na semana passada, além de outras ruas da Zona Sul. “Recebi alguns alimentos de doação. Também vi algumas pessoas anotando meu número e tirando fotos, além de conversarem comigo e querendo saber um pouco da minha história”, explicou o niteroiense.
Na placa, ele pede por uma oportunidade de trabalho para não ser despejado do imóvel onde mora de aluguel, na Ponta da Areia. Os compartilhamentos foram vertiginosos e comoveu muita gente que se propôs à repassar a foto.
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Felizmente, o poder da internet se fez valer e, até o momento, foram três entrevistas de emprego, dezenas de ligações com mensagens de apoio e centenas de promessas de indicações.
"Eu não trabalho em RH e não sei de nenhuma vaga no momento, mas sei que se eu divulgar, alguém pode ver, ou saber de algo e não custa nada ajudar. Espero de verdade que ele consiga rapidamente sua dignidade de volta.", conta a estudante de enfermagem Isabela Oliveira, que publicou em seus perfis a história de Alexandre.
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Os benefícios sociais recebidos em função da pandemia não são suficientes porque a esposa precisa de cuidados especiais por ser diabética: “Ela não trabalha fora para poder cuidar do nosso filho. Eu sou a única fonte de renda da minha família e não ter emprego está me deixando muito triste. Procurei emprego, pedi para conhecidos mas a pandemia agravou ainda mais a minha situação. Então resolvi fazer o cartaz e ir para a rua tentar um emprego de uma forma diferente. Pedir não é feio”, explicou.
Desde semana passada foram muitas ligações de pessoas que prometem ajudar: “Eu fiz três entrevistas de emprego, uma no Rio de Janeiro e duas em Niterói. Estou com muita esperança que vou conseguir um trabalho. Já trabalhei como garçom, auxiliar de serviços gerais e repositor de supermercado. Mas eu preciso e aceito emprego em qualquer área, o que eu quero é trabalhar e poder sustentar minha família. Sinto uma tristeza muito grande em pensar não conseguir colocar comida na mesa da minha família. A dor é muito forte e é de cortar o coração estar nessa situação que estou”, lamentou.
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