Axel Grael é o novo prefeito de Niterói - Imagem Site TSE
Axel Grael é o novo prefeito de NiteróiImagem Site TSE
Por Luciana Guimarães
Niterói - Depois de um dia tranquilo e sem grandes alterações, a soma da votação pouco surpreendeu os eleitores neste domingo (15).  Axel Grael do PDT confirmou o favoritismo das análises e foi eleito com 62,58%.
Flávio Serafini, do PSOL, aparecia em segundo lugar, com 9.83% dos votos, seguido do bolsonarista Allan Lyra, do PTC, com 9,42%. Juliana Benício (Novo) tinha 7,19% e Felipe Peixoto, do PSD, apenas 7,19%. Deuler da Rocha, do PSL, contava 3,77% dos votos. Renata Esteves (PMB), 0,33%, Tuninho Fares (DC), 0,30% e Sergio Perdigão (PSTU), 0,09%.
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As seções eleitorais em Niterói não apresentaram grandes filas, e como pedia o momento, este ano uma hora mais cedo, muitos niteroienses do grupo prioritário compareceram e em poucos minutos puderam exercer seu direito ao voto.

Espalhados pelos locais de votação, muito álcool em gel e visível preocupação de todos em manter um ambiente seguro, o que tranquilizou muitos eleitores. A distância mínima para conter a propagação do novo coronavírus foi respeitada em na maioria dos locais de votação, e se algo irritou a população foram os 'santinhos' que, mesmo com a prática sendo proibida no local de votação ou vias próximas no dia de eleição, se aglomeravam nas vias do Centro, Zona Norte e Zona Sul.
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Com uma população que passa dos 513.000 habitantes, 391.268 estavam aptos a votar e escolher quem seria o representante maior da cidade. Mas resultado das urnas refletiu as abstenções em função da Covid e uma grande parcela dos moradores optaram por não correr o risco. Foram quase 30% contra a média de 16% de 2016, uma subida histórica e exponencial, muito em função da pandemia.
Mas, contraditoriamente, o combate à doença pode ser taxado como determinante nessa vitória, levando-se em consideração que o ambientalista pôde navegar no sucesso da administração do atual prefeito. A cidade ficou famosa e foi notícia mundo afora pelas medidas adotadas. Niterói anunciou, em 18 de março, que pagaria uma bolsa de 500 reais a seus moradores mais pobres – quando, a nível federal, o governo ainda discutia se iria oferecer algum suporte aos brasileiros desassistidos por meio do Bolsa Família ou de um outro auxílio específico.

O município preparou ainda o primeiro hospital exclusivo do país para o atendimento de pacientes do coronavírus e comprou 40 mil testes de covid-19 para fazer testagem em massa, com o objetivo de chegar a 80 mil testes, ou seja, alcançar 16% de sua população. A partir do início do isolamento social e da suspensão das aulas da rede pública, a prefeitura definiu estratégias para garantir a segurança alimentar das famílias mais carentes, com a distribuição imediata de 32 mil cestas básicas.
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O primeiro caso de um morador da cidade infectado pela doença foi confirmado em 7 de março, e na semana seguinte a prefeitura iniciou o processo de isolamento social da população.
Foi a única cidade do Brasil a receber o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), Congresso Smart City e Fira de Barcelona pela atuação para deter o avanço da Covid-19.
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"No total, as iniciativas de Niterói para atenuar os efeitos do coronavírus na saúde pública, na economia e na estrutura social custarão até 300 milhões de reais, pouco menos de 10% do orçamento anual da cidade, de 3,6 bilhões de reais.", afirmou o então secretário de Planejamento da cidade.
Quando as urnas foram lacradas, os computadores do Superior Tribunal se concentraram em transmitir o que ia sendo coletado. Vale ressaltar que a totalização é centralizada e o eleitorado se perguntava se o resultado das projeções, amplamente divulgadas, se concretizariam; ou seja, esperava-se a resposta se haveria um segundo turno ou um vencedor efetivo dessa disputa. Corrida, aliás, que por volta de 19h apontava Axel Greal ganhando com larga vantagem acumulando 61,08% dos votos.
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Conforme a lei eleitoral determina, o espaço de cada concorrente é proporcional à representatividade dos partidos que integram suas coligações na Câmara dos Deputados, em Brasília. Com uma coligação formada por 14 partidos, o então candidato à sucessão de Rodrigo Neves, Axel Grael (PDT) ficou com 39 inserções diárias. Propagandas são distribuídas de forma proporcional à representatividade no Congresso. Teve forte atuação nas redes sociais numa eleição que foi anômala e assim como seus oponentes, precisou reinventar a maneira de concorrer.
Nas horas seguintes, desenhava-se a real possibilidade de não haver outro embate. Cenário confirmado às 23:11h quando 99,96% das urnas já estavam computadas. Axel Grael elegeu-se o novo prefeito da cidade e herdará do atual gestor Rodrigo Neves, um município que enfrenta os maiores desafios dos últimos tempos, compilando problemas como a continuação do enfrentamento a pandemia, a reativação da economia seriamente afetada e geração de empregos, redução da violência e o transporte caótico de uma das 10 cidades mais populosas do Estado. 
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Novo administrador teve sua campanha impulsionada pelo prefeito Rodrigo Neves e contou com uma chapa formada por PDT, Solidariedade, PT, Cidadania, PP, PL, Patriota, Avante, PV, MDB, PSB, PRTB, PSDB, Rede, Podemos e PCdoB.
Mas quem é o novo chefe maior de Niterói?
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Axel Grael: ex-vice-prefeito do município, Grael foi secretário de Planejamento na atual gestão. Foi o escolhido para ser candidato a sucessor de Rodrigo Neves, tendo como vice de chapa o presidente da Câmara dos Vereadores, Paulo Bagueira (SD). Eles contam com o apoio de outras 13 legendas: PSB, PV, PCdoB, PT, PTB, Rede, SD, PL, MDB, PP, Avante, Cidadania e Patriota. 
É engenheiro florestal, gestor público, ambientalista. empreendedor social e consultor. Com os irmãos, Torben e Lars, iatistas medalhistas olímpicos, fundou o Projeto Grael. Tem carreira diversificada, acumulando experiência no setor privado, governamental, na área social, no movimento ambientalista. Na década de 70, ainda aos 17 anos, iniciou a sua militância ambientalista, liderando iniciativas pioneiras em defesa da Baía de Guanabara e a campanha que resultou na criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
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Em 2012, elegeu-se vice-prefeito de Niterói (RJ) pelo Partido Verde, na chapa do candidato a prefeito Rodrigo Neves (PT), sendo eleito para o mandato 2013-2016. Na gestão de 2017-2020, ocupou os cargos de secretário da Secretaria Executiva e da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG. Bagueira é formado em Direito pela Universidade Candido Mendes, vereador há sete mandatos em Niterói e suplente de deputado estadual.

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