Publicado 09/02/2021 11:26
Niterói - Entre euforia e incertezas de pais e alunos, as aulas recomeçaram. Lá se vão eles, afoitos por novidades, por conhecimento, pela hora do recreio...mas é preciso atenção redobrada.
O lanche da escola é uma refeição diária e merece a devida importância. Deve-se manter um cotidiano alimentar saudável com os filhos e garantir mais saúde na lancheira. Principalmente depois da pandemia.
Durante a quarentena provocada pela pandemia do novo coronavírus, muitas crianças ganharam peso no Brasil. A constatação tem causado preocupação nos pais e em especialistas no assunto. De acordo com levantamentos do Ministério da Saúde, 13% das crianças de 5 a 9 anos de idade, em todo o país, sofrem com a obesidade.
Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP mostra que a presença de obesidade infantil pode ter influência em algumas das habilidades cognitivas necessárias ao aprendizado. Já a prática de atividades físicas está entre os fatores que protegem a cognição das crianças.
Esse ganho considerável dos indesejáveis quilinhos afeta: memória de trabalho fonológica, consciência fonológica, atenção focada e flexibilidade cognitiva e a nomeação automática rápida. Todas, habilidades essenciais na vida acadêmica escolar. Os níveis de leitura e escrita também são prejudicados.
A nutricionista funcional e especialista em emagrecimento Roberta Kelly alerta: "Foi um período muito difícil para os adultos, mas ainda mais complicado para as crianças. A escola exigiu que eles ficassem mais em eletrônicos. E acabaram que saíram da rotina alimentar também. Então as famílias, até para darem um brinde, uma alegria, acabaram trazendo mais besteira para dentro de casa, permitindo que essas crianças fossem mais à cozinha, fizessem brigadeiro, bolo. Notou-se que essa pandemia trouxe um saldo de peso, um ganho de peso em geral. Com o recomeço do período de aulas, os pais devem ficar de olho no valor nutricional do que os filhos comem e em como isso acarreta prejuízos ou ganhos.", destacou ela.
Para saber se uma criança está acima do peso recomendado ou com obesidade, é necessário fazer a conta do IMC (índice de massa corporal). Para adultos, normalmente as medidas são específicas: IMC entre 18,5 e 25 é normal, enquanto acima de 25 já representa sobrepeso e além de 30 já é obesidade.
Porém, para crianças, essas faixas não se aplicam, e podem inclusive causar a falsa ilusão de que a criança está saudável, quando na verdade ela pode já estar com obesidade infantil.
Porém, para crianças, essas faixas não se aplicam, e podem inclusive causar a falsa ilusão de que a criança está saudável, quando na verdade ela pode já estar com obesidade infantil.
Alguns quilinhos a mais já são suficientes para acender o sinal amarelo. O sobrepeso está um degrau abaixo da obesidade e leva a diversas patologias como hipertensão, diabetes, problemas osteoarticulares, hiperlipidemia (aumento no colesterol e triglicerídeos), gordura no fígado, apneia e refluxo gástrico. Nos adolescentes, ainda pode desencadear AVC e infarto.
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo, e para orientar os médicos existem tabelas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer esse cálculo.
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo, e para orientar os médicos existem tabelas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer esse cálculo.
Os famosos lanchinhos escolares industrializados não ajudam em nada esse quadro.
As crianças precisam de nutrientes essenciais para crescerem saudáveis, e por isso, devem levar lanches saudáveis para escola porque assim o cérebro consegue captar melhor as informações que ela aprende na sala de aula, tendo um melhor rendimento escolar. No entanto, a hora do recreio precisa ser saborosa, divertida e atraente.
Os snacks preferidos entre eles são os que estão na tv, internet e em propagandas mundo afora. Mas esses "alimentos" são péssimos para a saúde.
O que acontece é que crianças são alvo de campanhas que promovem alimentos ricos em gordura, açúcar e sal, alerta a Organização Mundial da Saúde. Pais subestimam técnicas publicitárias persuasivas e personalizadas. São "bombardeadas" com anúncios e marketing digital que promovem o consumo de alimentos prejudiciais à saúde e que aumentam o risco de obesidade infantil, alertou a Organização Mundial da Saúde.
Em relatório, pesquisadores da OMS pedem que políticos ajam para proteger as crianças dos anúncios desses alimentos em portais de internet, jogos – os chamados advergames – e mídias sociais.
Em relatório, pesquisadores da OMS pedem que políticos ajam para proteger as crianças dos anúncios desses alimentos em portais de internet, jogos – os chamados advergames – e mídias sociais.
Independente do que os governantes realmente estão dispostos a fazer, o familiares podem sim, tomar as rédeas da situação.
Imprescindível é pensar em lanches saudáveis, atrativos para os pequenos, evitando a mesmice e opções muito calóricas, fazendo combinações harmônicas, práticas, rápidas e nutritivas.
Primeiro, leve em conta o período em que a criança estuda (manhã ou tarde) e a refeição que fez antes de ir à escola (café da manhã ou almoço). Depois, certifique-se de que esteja mandando dentro da lancheira um produto de cada grupo alimentar: Uma fonte de proteína ou lácteo (leite, iogurte, queijo), uma fruta ou legume in natura (pelas fontes de vitaminas, fibras e minerais) e um carboidrato para fornecer energia (pães e cereais), além de 1 bebida para hidratar (água, água de coco ou suco natural).
Que alimentos levar na lancheira? Veja agora algumas opções:
Frutas fáceis de transportar e que não estragam ou amassam com facilidade, como maçã, pera, laranja, tangerina ou suco de fruta natural;
Pão ou torradas com 1 fatia de queijo, presunto de peru, de frango ou uma colher de café de geleia sem açúcar;
Leite, iogurte líquido ou iogurte sólido para comer com colher;
Frutos secas separados em pequenas embalagens, como uva passa, nozes, amêndoas, avelãs ou castanha-do-pará;
Biscoito ou bolacha feita em casa, por ter menos gordura, açúcar, sal ou outros ingredientes que não sejam adequados à saúde infantil;
Bolo simples, como o de laranja ou limão, sem recheio ou cobertura também pode ser uma opção saudável.
Pão ou torradas com 1 fatia de queijo, presunto de peru, de frango ou uma colher de café de geleia sem açúcar;
Leite, iogurte líquido ou iogurte sólido para comer com colher;
Frutos secas separados em pequenas embalagens, como uva passa, nozes, amêndoas, avelãs ou castanha-do-pará;
Biscoito ou bolacha feita em casa, por ter menos gordura, açúcar, sal ou outros ingredientes que não sejam adequados à saúde infantil;
Bolo simples, como o de laranja ou limão, sem recheio ou cobertura também pode ser uma opção saudável.
E o que não levar?
Alguns exemplos de alimentos que devem ser evitados nos lanches das crianças, são frituras, pizza, cachorro quente e hambúrgueres, que possuem muitas gorduras e são lanches de difícil digestão e podem prejudicar o aprendizado na escola.
Refrigerantes, biscoitos recheados e bolos com recheio e cobertura são ricos em açúcar, o que faz com que a criança fique novamente com fome passado pouco tempo após o recreio e isso aumenta a irritabilidade e dificuldade em se concentrar nas aulas, e por isso, também devem ser evitados.
E quando ele voltar do colégio, como evitar a obesidade infantil?
Agende anualmente visitas de acompanhamento para sua filha ou filho;
Dê um bom exemplo. Certifique-se de comer alimentos saudáveis e fazer exercícios regularmente;
Evite disputas de poder relacionadas com os alimentos. Não use doces ou outros pratos como recompensa ou punição para as atitudes da criança;
Enfatize o positivo, destacando o lado positivo da boa alimentação e do exercício;
Seja paciente. Muitas crianças com excesso de peso podem chegar a um peso saudável com o crescimento. Perceba, também, exagerar nas recomendações de dieta e atividade física pode sair pela culatra, fazendo a criança comer mais e aumentando o risco de um distúrbio alimentar.
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