O aguardado abraço dos filhosImagem Divulgação
Por O Dia
Publicado 20/03/2021 16:04 | Atualizado 20/03/2021 16:06
Niterói - Foram sete longos meses preso injustamente. Após ser acusado de um roubo a pedestre, em Niterói, o mototaxista Marcos Antônio dos Santos Veiga, de 36 anos, foi solto. Isso porque ficou comprovado, após audiência na 4ª Vara Criminal de Niterói, que a vítima não reconheceu Marcos Antônio e alegou que os ladrões estavam de capacete e máscara.
O juiz João Guilherme Chaves Rosas Filho absolveu o acusado e expediu o alvará de soltura, que foi cumprido na quarta-feira (17).
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O que culminou na prisão: O depoimento da vítima de roubo dizendo que os ladrões que a abordaram estavam de máscara e capacete já tinha sido dado durante o registro de ocorrência na 76ª DP. Mesmo assim a delegacia encaminhou a investigação por meio de um reconhecimento pelo álbum de fotografia da polícia.
Marcos negou o crime e desabafou sobre a agonia de estar preso injustamente.
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“Você sabe o que é cumprir uma pena sem ter culpa? Todo dia eu acordava, olhava para o céu e perguntava: ‘Meu Deus, quando é que você vai me tirar daqui? ”.
“Minha foto estava lá porque eu tenho passagem na polícia. Fui pego por tráfico quando tinha 25 anos. Mas cumpri minha pena e saí pela porta da frente da cadeia. Desde então, só faço trabalhar e cuidar dos meus filhos”, acrescentou o mototaxista, que é pai de Antônia, de 4 anos, e Gael, de 3.
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Marcos foi preso um dia antes do aniversário da filha, em agosto do ano passado, quando levava a mulher à delegacia para resolver uma ocorrência de estelionato.
“Minha mulher comprou um celular, que não entregaram. Ela registrou queixa e, quando o delegado ligou para ela, achamos que era para resolver isso. Fui com ela à delegacia e, ao chegar lá, recebi a voz de prisão”, lembra.
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Desde então, foram sete meses no sistema carcerário do estado, enfrentando superlotação, medo de pegar Covid e às vezes comendo comida estragada. Ao chegar em casa e receber o abraço dos filhos, Marcos só pensa em seguir em frente.
“A preguiça reflete parte do sistema. Polícia investiga pouco, juiz prende, muitas vezes sem sequer ler o processo, e o Ministério Público contribui pouco com a investigação. A liberdade deveria ser regra e a prisão exceção, mas, como no caso do Marcos e de tantos outros, vemos a total inversão", disse o advogado João Luiz Seabra Varella, que defendeu Marcos Antônio.
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