Por thiago.antunes

Rio - Os relatos de alunos de um colégio particular da Gávea levaram um grupo de pais e mães a prestar queixa nesta segunda-feira na 15ª DP (Gávea) contra um funcionário, acusado de molestar os menores. Pelo menos dez jovens, com idades de 10 a 16 anos, teriam sido vítimas de abuso sexual. Segundo os pais, o crime teria ocorrido nas dependências da escola, que é especializada na educação de deficientes auditivos. O delegado Alberto Pires Lage abriu um inquérito para apurar o crime de estupro de vulnerável.

O funcionário prestou depoimento nesta segunda, mas negou as acusações. “Ele também é surdo. Prestou depoimento, mas como não havia flagrante, foi liberado. Estamos ouvindo todos os parentes e vamos ver se há testemunhas, além dos relatos dos estudantes. Vamos investigar esse caso com toda cautela”, afirmou o delegado. O policial ressalta que, para evitar um possível trauma nos jovens, eles só serão entrevistados com a presença de psicólogo. Funcionários da escola também serão chamados a prestar esclarecimentos.

Pais registraram caso na delegacia%2C onde funcionário acusado depôsPaulo Araújo / Agência O Dia

Segundo a mãe de uma menina de 10 anos, a filha contou sobre o suposto abuso semana passada. “Ela relatou com detalhes que foi levada para uma sala onde as cortinas estavam fechadas e a porta, trancada. Ela disse que ele abriu a calça e a obrigou a tocá-lo. Minha filha passou a lavar muito as mãos e disse que ele cheirava mal”, contou uma das mães que mobilizou o grupo de responsáveis dos alunos. “O funcionário ameaçou colocá-la de castigo, caso ela contasse. É muita revolta, dor, angústia, tudo junto”, disse a mãe, que afastou a menina das aulas.

O pai de duas adolescentes de 11 e 14 anos, contou que a filha menor também teria sido molestada em uma sala, enquanto a filha maior batia na porta para tentar salvar a irmã. “Ele abriu e passou a acariciar a minha outra filha. Elas estão apavoradas.”

A mãe de outra estudante, de 11 anos, disse que começou a desconfiar do comportamento da filha, que só aceitava ir para a escola no dia em que o funcionário não trabalhava. “Nos outros, eu praticamente tinha que arrastá-la. Ela sempre amou o colégio, estudava lá desde os 2 anos”, contou. Procurada pelo DIA, a escola não atendeu às ligações nem respondeu a mensagem. O funcionário também não foi localizado.

Você pode gostar