Por leandro.eiro

Campinas (SP) - Demorou mas finalmente chegou. Eis que a Toyota lança no Brasil a nova geração do Corolla. O modelo estreia totalmente repaginado, tendo como principal tarefa voltar a ocupar a liderança entre os sedãs médios —- atualmente, a primeira posição no segmento é do rival Honda Civic.

Maior%2C mais largo e mais baixo%2C o outrora conservador Corolla ganha agressividade e oferece quatro opções de acabamento. Os motores permanecem mas o câmbio é CVTDivulgação


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Para não fazer feio diante da concorrência, o Corolla chega com novidades. Saltam aos olhos, é claro, o visual mais agressivo, com o mesmo apelo esportivo do Civic. Porém, não é só no design que o Corolla sofreu alterações. Há mudanças também na mecânica e as medidas foram redimensionadas.

Para o conforto, o entre-eixos cresceu 10 centímetros e passa a ter 2,7 metros. O comprimento e a largura aumentaram 8 cm — agora têm 4,62 m e 1,77 m, respectivamente —, enquanto que a altura diminuiu 5 cm — 1,47 m.

Disponível com os motores 1.8 16V e 2.0 16V, o sedã traz como uma das principais novidades o câmbio Multi-Drive, que, na verdade, é um autêntico CVT — a versão de entrada, porém, é manual de seis velocidades. Mesmo continuamente variável, o Multi-Drive simula sete diferentes marchas, com troca através de ‘paddle shifts’.

Silhueta agressiva lembra coreanos e busca a ampliação do público.Divulgação


Em busca da liderança

Lançado no Japão em 1966 e com mais de 40 milhões de unidades vendidas ao redor do mundo — é produzido no Brasil desde 1998 —, a nova geração do Corolla chega em quatro diferentes versões. As de entrada são a GLi 1.8L com transmissão manual de seis velocidades e a GLi 1.8L com câmbio Multi-Drive. A intermediária é XEi e a topo é Altis, ambas com motor 2.0 e equipadas com a transmissão automática Multi-Drive.

As versões GLi são equipadas, de série, com direção progressiva, freios com ABS, cinco airbags — dois frontais, dois laterais e um de joelho —, ar, computador de bordo, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, hodômetro e relógio digital, sistema de som com entrada USB e Bluetooth, faróis de neblina, volante multifuncional e vidros e retrovisores elétricos, entre outros. A GLi manual sai a R$ 66.570. Já a GLi Multi-Drive custa R$ 69.990.

Na versão XEi, o Corolla é equipado com os mesmos itens da GLi, mais ar digital, vidros elétricos um toque, bancos traseiros bipartidos — 60/40 — com descanso de braço central, controle de velocidade de cruzeiro e retrovisor interno eletrocrômico, entre outros. Há ainda sistema multimídia com tela de 6.1 polegadas com as funções do áudio, do GPS, da câmera traseira e das conexões USB — esta tela também é capaz de reproduzir DVDs e captar sinais de televisão digital. A XEi Multi-Drive S tem preço sugerido de R$ 79.990.

Já a versão topo de linha da nova geração do Corolla, a Altis, traz sete airbags — além dos que estão são dois de cortina —, luzes auxiliares em LEDs, sistema de partida sem chave e ajustes elétricos do banco do motorista e dos retrovisores externos. A versão também conta com acendimento automático dos faróis, entre outros equipamentos. A versão Altis Multi Drive S tem preço sugerido de R$ 92.990.

Interior ganhou mais espaço.Divulgação


Menos tiozão, mais esportivo

Nem só de design mais invocado vive a décima primeira geração do Corolla. Muito pelo contrário. O carro tem outros predicados, com o objetivo de recuperar a liderança entre os sedãs médios, que teve entre 2003 e 2011, quando perdeu para o Honda Civic.

Entre as mudanças na nova geração do Corolla está a adoção do câmbio Multi-Drive. O CVT com trocas manuais através de borboletas atrás do volante fez muito bem ao sedã - são sete marchas—, uma vez que aposentou a obsoleta caixa automática de quatro velocidades. Na versão testada, a intermediária XEi, podemos perceber a melhora.

Bem escalonado quando posto no Drive, o câmbio trabalha corretamente com o motor 2.0 litros de 154 cv de potência máxima. É ágil nas retomadas e garante boas saídas de sinal de trânsito. E se o motorista quiser, ainda há a opção Sport, que estica mais as marchas, ou a sequencial através de 'paddle shifts'.

No quesito suspensão— MacPherson na dianteira e barra de torção na traseira—, a Toyota manteve o padrão correto de absorção das irregularidades. A calibragem atende às comuns imperfeições do asfalto brasileiro. A performance correta do conjunto proporciona pouquíssimas inclinações de carroceria.

Preços partem de R%24 66.570Divulgação


No habitáculo, mais conforto com o aumento do entre-eixos em 10 centímetros. Ergonomia justa nos controles ao alcance das mãos e ajustes de altura e profundidade do banco do motorista e da coluna de direção.

Um senão é a posição do botão de acionamento elétrico dos retrovisores externos. Localizado embaixo de uma das saídas de ar-condicionado. Ruim também é o relógio digital à direita do 'tablier' - impossível ver as horas enquanto se dirige.

Lá atrás, o conforto é garantido pelo assoalho plano, sem causar transtornos para quem viaja ao centro do banco traseiro. Ainda por dentro da nova geração do Corolla, cabe destacar o acabamento interno. Há materiais de qualidade e agradáveis ao toque - sem quaisquer rebarbas aparentes, assim como acontecia com o antigo Corolla. Na versão topo de linha, elementos em couro, alumínio e em fibra de carbono tornam o interior mais sofisticado.

Duas opções de motores%3A 1.8 16V e 2.0 16VDivulgação


Briga com muitas marcas

O segmento de sedãs médios no Brasil é bastante diversificado. São nada menos do que 12 modelos diferentes. Tal variedade, é claro, faz com que uma das principais características seja a forte concorrência.

Entre os rivais, quatro marcas têm origem japonesa. É o caso da Honda, com o Civic, e a própria Toyota, com o Corolla. Há ainda o Nissan Sentra e o Mitsubishi Lancer, minoritário, correndo por fora.

O segmento também conta com três fabricantes oriundas da França e outras duas da Coreia do Sul. Entre as francesas, a Renault, que tem o Fluence, enquanto que a Citroën vende o C4 Lounge e a Peugeot o 408. Já as coreanas são a Hyundai e a Kia, com o Elantra e o Cerato, respectivamente.

As marcas americanas se fazem representadas pela Chevrolet e Ford, que contam com Cruze e o Focus, respectivamente. Também estão no segmento a Volkswagen, com o Jetta, e a chinesa JAC Motors, com o J5.

Objetivo do novo Corolla é retomar a liderança perdida para o CivicDivulgação


O que vende cada um

O objetivo da Toyota com o lançamento do novo Corolla é um só. Reconquistar a liderança no segmento de sedãs médios do mercado brasileiro, desbancando, assim, a primeira colocação que atualmente pertence ao arquirrival Honda Civic.

Em janeiro e fevereiro de 2014, o Civic anotou 8.001 unidades vendidas, com 24,03% de participação. Já o Corolla teve 5.878 emplacamentos, com 17,65% do segmento e a segunda posição.

No terceiro lugar fica o Chevrolet Cruze, com 4.347 unidades e 13,06%, seguido do Nissan Sentra, que emplacou 2.164, com 6,50%, e do Citroën C4 Lounge—1.576 emplacamentos e 4,73%.

Já o VW Jetta fica com a sexta posição, tendo vendido 1.353 unidades nos dois primeiros meses de 2014 e conquistou 4,06% de participação. Na sequência, o Renault Fluence anotou 1.333 emplacamentos e 4%, e o Kia Cerato teve 1.122 unidades vendidas e 3,37%.

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