Por bferreira

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff envia hoje ao Congresso proposta que submete à consulta popular por plebiscito a reforma política. Dilma adiantou que o texto terá temas como “o financiamento das campanhas e o voto vigente”. Após reunião ministerial, ontem, na Granja do Torto, perguntada se seu governo tem “padrão Fifa”, Dilma respondeu que é “padrão Felipão”, em alusão ao técnico tetracampeão da Copa das Confederações, no domingo.

Sobre se a reforma política valerá para as eleições de 2014, Dilma disse que não é ela quem decide e empurrou a questão para o Judiciário e Legislativo. “Eu te diria que do nosso ponto de vista seria de todo oportuno, mas não temos como definir isso, depende do prazo do TSE e, em função do prazo, depende do Senado e da Câmara. Eu não tenho governabilidade sobre essa questão”, afirmou.

Sobre transporte urbano, a presidenta disse que no “mundo inteiro” ele é subsidiado e que está vendo a possibilidade de fazer um programa ainda mais robusto com governadores e prefeitos. Na semana passada, ela anunciou R$ 50 bilhões para o setor. Na saúde, Dilma voltou a se defender das críticas sobre a contratação de médicos estrangeiros. “Nós temos uma política que é dar prioridade para o médico brasileiro. Não havendo médico brasileiro, se chamaria médicos de outros países”, disse. Sobre a educação, Dilma prometeu política de valorização do magistério. “Não há educação no mundo sem dar status ao professor.”

Só 0,14% dos presos são por corrupção

Sobre o combate à corrupção, além de tornar a prática crime hediondo, a presidenta Dilma tem outro desafio pela frente: o baixo índice de condenação e prisão dos acusados. Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, divulgados ontem, num universo de 513 mil pessoas detidas, apenas 722 foram presos por corrupção, 0,14% do total.

Os dados são referentes a dezembro de 2012. Entre as causas para a pouca punição estariam a falta de delegacias especializadas e penas brandas (que resultam em muitas punições alternativas). A estatística não incluiu o deputado federal Natan Donadon, preso sexta-feira passada, acusado de desvio de dinheiro público. Ontem, ele foi notificado pessoalmente sobre a abertura do processo de perda do mandato na Câmara.

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