Por helio.almeida
Falso bombeiro deu entrevista aos jornalistas durante sepultamento da jovemReprodução Internet

Pernambuco - Durante o enterro da jovem morta em um ataque de tubarão no litoral de Recife, em Pernambuco, um homem consolava a família da vítima. Para todos, ele era o bombeiro que resgatou a estudante paulistana Bruna Silva Gobbi, de 18 anos. Mas descobriu-se que ele não é salva-vidas e nem estava na praia. Agora ele será investigado, como informou o Corpo de Bombeiro nesta sexta-feira.

"Ele não é bombeiro e nunca foi. Conseguimos o nome dele localizamos o endereço onde ele mora. Ele já foi ouvido informalmente e vamos reunir mais informações para consolidar a investigação e assim pedirmos uma abertura de inquérito à polícia", disse ao Dia Online o chefe da Comunicação Social da corporação, tenente-coronel Valdy Oliveira.

O falso bombeiro se apresentou como Fábio Francisco da Silva. De acordo com o tenente Valdy, ele disse na conversa que sofre de doença mental. Ao mesmo tempo em que tem a consciência de que é doente, ele afirmou ao coronel que não se lembra do que estava fazendo no enterro.

"Ele disse que é estudante de direito, que está no sexto período. Vamos levar ainda hoje (sexta-feira) tudo para a Secretaria de Defesa Social. Queremos saber se ele é realmente doente ou está agindo de má fé", acrescentou o militar. O homem pode responder por falsidade ideológica e por se passa por funcionário público. O inquérito pode levar 30 dias até ser concluído.

Em um vídeo feito durante o enterro da jovem, o falso guarda-vidas disse que já realizou quatro resgates em decorrência de ataques de tubarões. Ele se saiu bem ao falar que os banhistas devem respeitar a sinalização de proibição de entrar no mar. Mas em alguns momentos, ele não sabia informar o acidente. Ao ser perguntado por jornalistas sobre a diferença desse resgate para os outro, ele disse: "A única diferença é que nas outras vezes... como posso falar... foi mais tranquilo".

Entenda o caso

Bruna morreu na segunda-feira na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela e a prima foram levadas para dentro do mar. Um salva-vidas se aproximou de moto aquática e resgatou a prima. Foi quando um tubarão mordeu a perna esquerda de Bruna, que não resistiu e morreu ao perder muito sangue. Ela foi sepultada na tarde de quarta-feira, no Cemitério Descanso Eterno, em Escada, Zona da Mata Sul de Pernambuco, onde mora parte da família dela.


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