São Paulo - O sistema interno de monitoramento por câmeras da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-Usp) não estava funcionando na manhã desta terça-feira, quando uma estudante sofreu tentativa de estupro em um dos banheiros femininos da unidade. A informação é do delegado Celso Lahoz Garcia, do 39º Distrito Polícial, do Jaguaré, Zona Oeste de São Paulo, onde o caso foi registrado.
A diretoria afirma que desconhecia a falha. Em comunicado oficial divulgado na manhã desta quarta-feira, a diretoria da escola diz que abrirá sindicância interna "para apurar eventuais omissões". A nota indica apenas que "guardas e câmaras de segurança são utilizados para manter a segurança interna".
A escola afirma ainda que colocará um segurança à disposição da estudante caso ela se sinta ameaçada e que planeja transferir o banheiro feminino, hoje localizado nos fundos do prédio, para um local de maior circulação de pessoas.
O Grêmio Politécnico da USP vai discutir em assembleia na sexta-feira a elaboração de uma carta de reivindicações e propostas sobre segurança. O documento deve ser encaminhado à diretoria da Poli, ao departamento de engenharia de produção, à prefeitura do Campus e à superintendência de segurança da USP.
Agressão
A estudante de engenharia de produção foi atacada entre 7h e 8h no banheiro feminino do primeiro andar do prédio de Engenharia de Produção. De acordo com as informações do boletim de ocorrência, ela percebeu que um dos boxes estava trancado. Na ocasião, havia mais mulheres no banheiro. Quando as demais pessoas saíram, a porta do boxe se abriu e a aluna foi puxada e arrastada em direção ao compartimento.
O agressor cobriu a boca da vítima com a mão, na tentativa de evitar que ela gritasse pedindo socorro. De acordo com o depoimento da vítima, ela reagiu com cotoveladas. Ao perceber que não teria sucesso, o estuprador saiu correndo do banheiro e fugiu. Sem as câmeras do circuito interno em funcionamento, não houve registro da passagem dele pelos corredores da unidade.
Logo após a fuga do bandido, os primeiros a ajudarem a moça foram dois funcionários da faculdade. De acordo com a escola, a aluna sofreu felimentos leves e foi levada ao Hospital Universitário.
Segundo o delegado Celso Lahoz Garcia, casos como esse não são comuns. "Relatos de estupro no campus são raríssimos. Até pela quantidade de pessoas que circulam no local", afirmou. A Polícia Militar foi acionada na hora. Após realizar rondas na região, não conseguiu localizar o agressor.