Por helio.almeida
Joaquim tinha três anos e vivia com a mãe e o padastro Divulgação

A conversa gravada por PMs logo após o sumiço do menino Joaquim, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, não será usada como prova durante o inquérito contra o casal. A declaração é do promotor Marcus Túlio Alvez Nicolino ao Fantástico, da TV Globo. No áudio, divulgado pelo programa neste domingo, o casal comenta o desaparecimento da criança.

Segundo Nicolino, a gravação foi realizada sem autorização da Justiça e sem permissão do casal. "Como os áudios foram obtidos de maneira ilegal, não servirão como provas", disse. Os policiais justificaram a ação pois estariam preocupados com a criança que era diabética e poderia estar sem a insulina. Um gravador foi escondido na cama de Guilherme Longo e Natália Ponte logo após a chegada dos militares.
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Na gravação, o padrasto demonstrou estar preocupado com a desconfiança da polícia. "Não é possível o moleque ter sumido assim. O pior é que está todo mundo desconfiando de mim, amor", disse Longo à mulher. Em resposta, Natália pergunta se o marido conseguiu comprar drogas na noite anterior. Após isso, ela chora e diz querer o filho de volta. "Temos que ficar com a cabeça boa para procurá-lo, amor", encerra Longo.
O caso
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O corpo do menino foi encontrado no domingo boiando no Rio Pardo, em Barretos. Exame feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) comprovou que Joaquim foi jogado no rio já sem vida, pois não havia água nos pulmões. A mãe, que conheceu Longo na clínica de recuperação onde ele estava internado, defendeu a inocência do companheiro até a prisão.
Padrasto e mãe do meninoReprodução Internet

Nos novos depoimentos, Natália revelou que o casal brigava e que o companheiro via a criança como um empecilho na vida deles. Natália afirmou que Longo tratava a criança como "um pedacinho do Arthur", o pai biológico da criança, Arthur Paes. E que ela pensava em se separar, mas teria sofrido ameaças. "Se você for embora, eu te acho até no inferno", teria dito o padrasto.

Um cão farejador da polícia identificou rastros do padrasto em um trajeto de sua casa até um ponto na beira do Rio Pardo, onde a polícia acredita que a criança tenha sido jogada. Imagens de duas câmeras de segurança obtidas pela polícia, e mantidas em sigilo, mostram sem identificar uma pessoa passando pelo local com um pano escuro e voltando sem nada. Natália e Guilherme estão em prisão temporária.

A polícia também não descarta a participação da mãe na morte da criança. "Ela ainda é suspeita", disse o delegado. O advogado de Longo, Antonio Carlos de Oliveira, não teve acesso ao inquérito policial e disse que não poderia comentar o caso. Ele vai pedir à Justiça acesso aos documentos.
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