Por joyce.caetano
São Paulo - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou no início da tarde desta quarta-feira a suspensão de liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para impedir o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na capital paulista. A decisão foi do presidente da Casa, ministro Felix Fischer.
A lei prevendo alta de até 20% nos valores do IPTU de imóveis residenciaisna capital foi invalidada há exatamente uma semana pelo TJSP. Os desembargadores do Tribunal de Justiça concederam liminar à ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pelo PSDB e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O partido e a Fiesp alegaram que o aumento é "abusivo" e fere o princípio da capacidade dos munícipes de contribuir com os impostos.
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Em seu pedido, a prefeitura argumenta que a liminar causa danos que chegariam aR$ 800 milhões aos cofres da capital no primeiro ano e somaria até R$ 4,2 bilhões de perdas em repasses federais, estaduais e operações de crédito.
O ministro Fischer informou em sua decisão que a concessão de medida cautelar contra o poder público, em caso de ação direta de inconstitucionalidade (Adin), não é regulada pela Lei 8.437/92, que admite o pedido de suspensão. Segundo o presidente, essa lei só é aplicável nas hipóteses de processos que tratam de interesses individuais. Por isso, o pedido de suspensão não é o meio adequado para combater os efeitos de liminar concedida em casos de controle concentrado de constitucionalidade.
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O ministro ainda argumentou que mesmo que se considerasse cabível o pedido - o que já ocorreu em decisões isoladas e minoritárias do Supremo Tribunal Federal (STF) - a competência para apreciar esse pedido seria da corte constitucional.
Isso porque compete a esse tribunal com competência para analisar eventual recurso cabível da decisão apreciar os pedidos de suspensão de liminar e sentença. No caso, contra a decisão do TJSP caberia recurso extraordinário, a ser julgado pelo STF. Em nota, a Prefeitura de São Paulo informa que estuda recorrer à Suprema Corte.