Lupi é acusado de cobrar R$ 3 milhões para criar sindicato
Ex-ministro do Trabalho credita denúncia a vingança
Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Exonerado do Ministério do Trabalho em novembro de 2011, após denúncias que incluíam a venda de cartas sindicais, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está sendo acusado por uma empresária mineira de cobrar R$ 3 milhões pela criação de uma entidade sindical. A denúncia, feita inicialmente ao Ministério Público Federal, foi confirmada por Ana Cristina Aquino em entrevista que será publicada na edição da revista Istoé que estará hoje nas bancas.
Lupi negou ter cobrado propina e avisou que processará Ana CristinaReprodução Internet
Ao Ministério Público Federal e à revista, ela disse que a negociação foi intermediada pelo advogado João Graça, que seria ligado a Lupi. Além disso, contou que, como sinal, entregou pessoalmente R$ 200 mil em dinheiro ao ministro, em seu gabinete em Brasília.
Informado ontem da acusação, Carlos Lupi negou ter cobrado qualquer quantia pela abertura de sindicatos e prometeu processar Ana Maria. Segundo o ex-ministro, a empresária tentou, mas não conseguiu abrir um sindicato patronal.
Publicidade
Para ele, as denúncias seriam vingança de Ana Maria Aquino, por não ter conseguido o que queria. “Ela era representante patronal, não conseguiu o registro do sindicato e ficou com raiva. E só agora, três anos depois, lembrou que deu dinheiro. Chega a ser ridículo”, disse.
Ele afirmou que não pretende se envolver em polêmica com a acusadora, mas avisou que vai acioná-la na Justiça. “Vou entrar com ação criminal contra ela, exigindo que prove que me deu algum dinheiro. E vou processá-la por injúria, calúnia e difamação”, disse Lupi.
Publicidade
Na entrevista à revista, Ana Maria Aquino, que é dona de duas transportadoras, diz que decidiu fazer as denúncias porque foi abandonada pelo grupo que com ela participou da negociação com Lupi para criar o Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco. O objetivo seria usar a entidade para conseguir contratos.
Mas o processo acabou prejudicado com a saída de Lupi do Ministério. Segundo Ana Cristina, na gestão de Brizola Netto, a concessão da carta sindical foi suspensa, e o projeto só voltou a andar com a posse do atual ministro Manoel Dias.
Publicidade
A denúncia foi feita após a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o rápido enriquecimento de Ana Cristina. Segundo a Istoé, em dois anos, ela trocou uma vida difícil por uma de ostentação, com carros de luxo, mansão e avião particular.