Por clarissa.sardenberg

Rio Grande do Sul - Devido à greve dos ônibus em Porto Alegre, que completa 15 dias nesta segunda-feira, a secretária municipal de Educação, Cleci Maria Jurach, determinou a suspensão das aulas nas 41 escolas da capital. Os pais das 5,4 mil crianças matriculadas na educação infantil foram orientados a não levar os filhos ao colégio, a partir desta segunda-feira. Mais de 1 milhão de pessoas são afetadas pela greve dos rodoviários. Nenhum ônibus saiu da garagem nesta manhã.

Segundo a secretaria, a interrupção do atendimento foi motivada pelo fato de professores, monitores, estagiários e equipe de apoio (cozinheiras, técnicas em nutrição e pessoal responsável pela limpeza) não conseguirem chegar aos locais de trabalho.

Para manter os serviços, retomados na última terça-feira, quando acabou o recesso escolar, os funcionários das escolas ratearam as despesas dos colegas que não podiam arcar com o preço das passagens de lotações e das vans escolares, que custa R$ 4. A passagem de ônibus é R$ 2,80. Caronas solidárias e até a busca de funcionários em casa com o próprio carro foram recursos usados por diretores e vice-diretores para superar os transtornos causados pela paralisação dos rodoviários, segundo a secretaria.

Os professores e diretores estão exercendo várias funções para manter as escolas abertas, atuando na cozinha e na limpeza geral. “Há o esgotamento dos esforços na primeira semana do ano letivo. A energia e os recursos próprios estão acabando e não podemos permitir que as crianças não sejam atendidas adequadamente”, disse a secretária.

Nova mediação entre os sindicatos dos rodoviários e das empresas de ônibus no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) foi marcada para hoje. A audiência foi pedida pela comissão de negociação da categoria. Hoje à noite, haverá nova assembleia dos rodoviários.

Neste domingo, o TRT-RS cassou a liminar do juiz Elson Rodrigues da Silva Junior, da 10ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, que havia determinado aos grevistas, na sexta-feira (7), a liberação da saída dos ônibus das garagens em um prazo de 48 horas. No caso de descumprimento, poderia ser determinado o uso de força policial.

Na última audiência na quinta-feira (6), os rodoviários reivindicaram redução da jornada de trabalho para 36 horas, fim do banco de horas, reajuste salarial de 10,5% e vale-alimentação de R$ 19. Os representantes do sindicato patronal disseram que as empresas não tinham como negociar a redução da jornada e o banco de horas nem como melhorar a proposta de 7,5% de aumento. O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) informou que concordava com o vale-alimentação de R$ 19 e com o plano de saúde de forma gratuita, sem coparticipação dos empregados. A nova proposta foi rejeitada pelos rodoviários.

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