Brasília - A médica cubana Idania Garrido, de 50 anos, criticou a atitude de Ramona Matos Rodriguez ao abandonar o Programa Mais Médicos. Ela disse que todos sabiam da missão que iriam cumprir no Brasil e que ninguém foi enganado. Ramona alegou que os profissionais cubanos recebiam uma bolsa menor do que outros estrangeiros.
Idania diz que a atitude da colega foi errada pois todos tinham conhecimento da realidade do Programa antes virem ao país. Ela afirma que está muito satisfeita com o trabalho e que sua família recebe uma ajuda do governo cubano justamente por ela participar do Mais Médicos.
A médica contou que ficou instigada quando soube que poucos profissionais brasileiros se propunham a trabalhar em áreas rurais. Ela afirma que os médicos de Cuba estão acostumados a lidar com situações adversas e não precisam de muitos materiais, apenas um "estetoscópio", um "medidor de pressão", uma "caneta" e um "bom interrogatório".
Desligamento do Mais Médicos
Ramona trabalhava pelo Mais Médicos no município paraense de Pacajá, mas deixou o programa por não concordar que profissionais cubanos recebam US$ 400 (aproximadamente R$ 960) enquanto os demais participantes têm salário de R$ 10 mil.
Portaria do Ministério da Saúde publicada na última sexta-feira no Diário Oficial da União cancelou o registro e desligou a cubana do Programa. Com o cancelamento do registro, ela fica impedida de exercer medicina no Brasil até que revalide seu diploma.
Nesta terça, a Associação Médica Brasileira (AMB) contratou Ramona para exercer função administrativa na entidade, com salário de R$ 3 mil, além de vales-transporte e refeição e plano de saúde. Ao todo, a remuneração ficará em torno de R$ 4 mil.