Por thiago.antunes

Brasília - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, subiu nesta sexta-feira o tom com os aliados do PMDB — menos de 24 horas depois de se reunir com a presidenta Dilma Rousseff e o ex-residente Lula. Ele avisou que, apesar da pressão dos peemedebistas, não há no governo nenhuma intenção de aumentar a participação do partido no ministério.

Além disso, o presidente petista mandou um recado ao PMDB do Rio e avisou que não existe possibilidade de negociar a retirada da candidatura do senador Lindberg Farias ao governo do estado para apoiar o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Falcão disse que, no Rio, o PT nunca teve um candidato tão forte, com tantas propostas e com a energia de Lindberg Farias.

“A candidatura será mantida contra todas as pressões que se fizerem”, afirmou Falcão. O recado do petista tem como destinatários o presidente regional do PMDB no Rio, Jorge Picciani, e o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que também é do Rio. 

Rui Falcão deixou claro que o PT não vai ceder às pressões de parte do PMDB e que a estratégia será isolar os que tentam quebrar a aliançaEfe

O primeiro ameaça levar seu partido a apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, enquanto Cunha articula um bloco parlamentar para votar contra o governo no Congresso, caso Dilma não aumente a participação de seu partido no primeiro escalão.

A crise entre os dois principais partidos de sustentação do governo Dilma será discutida no fim de semana em encontro com, além da própria presidenta, o ex-presidente Lula, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
Ontem, após conversar com Lula, Raupp afirmou estar confiante num acordo.

“Ficou combinado que Lula segura de lá, e eu seguro de cá”, disse o senador, que hoje se reunirá com Temer para acertar os detalhes da conversa que terão na tarde de domingo com a presidenta Dilma no Palácio Alvorada, O objetivo do governo é cobrar de Raupp e de Temer compromisso com a manutenção da aliança em torno da reeleição de Dilma.

Além disso, no contato com os dois dirigentes peemedebistas, Dilma e Lula vão cobrar uma postura mais dura contra a ala rebelde liderada pelo deputado Eduardo Cunha. O objetivo é deixar o parlamentar e os peemedebistas próximos a ele isolados.

Lula pode voltar. Em 2018

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, brincou ontem ao ser perguntado se a solução para a crise entre PT e PMDB poderia ser a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Ele admitiu que Lula pode voltar, mas só em 2018. “Nossa prioridade agora é reeleger a presidenta Dilma”, disse ele. 

Falcão ironizou a possibilidade de Dilma ter como adversário na disputa presidencial o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. “Como político, é um bom magistrado; como magistrado, bom político”, afirmou Falcão, que alegou que o PT não escolhe adversários.

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