Rio - O Ministério Público Federal está acusando dois funcionários do Google de atrapalhar investigações sobre exploração sexual infantil na internet. A denúncia aponta os diretores da empresa Fabiana Regina Silveiro e André Zanatta como cúmplices de crime de pedofila por não cumprirem ordens judiciais sobre material postado no Orkut.
Por meio de nota, o Google Brasil disse nesta terça-feira que a companhia considera as denúncias "ultrajantes" e afirmou cooperar com as autoridades na luta contra a prática ilegal. A empresa afirmou ainda que as imagens contendo abuso sexual de menores são removidas "proativamente" e imediatamente reportadas para os órgãos responsáveis.
"Investimos milhões de dólares por ano para aprimorar globalmente nossos esforços no combate à pornografia infantil. É, portanto, incompreensível que o MPF tenha feito acusações sem fundamento. Esperamos que essas acusações sejam rejeitadas para que nossos funcionários possam continuar a ajudar na luta contra a exploração sexual de crianças on-line", argumentou.
O caso
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo pediu à justiça a abertura de inquéritos policiais para apurar a omissão da empresa Google nas investigações acerca de apologias ao racismo, homofobia, pedofilia, nazismo e outros crimes que violam os direitos humanos no site de relacionamento Orkut. Procuradores que trabalham no caso, como Sérgio Suiama (PRDC/SP), avisam ainda que, caso a ausência de prestação de informações continue, entrarão com ação civil pública que poderá resultar em multas e até na desconstituição do Google no Brasil.
Até o momento, o MPF solicitou à Justiça Federal 17 pedidos de quebra de sigilo de usuários, referentes a 22 comunidades do Orkut que promovem os crimes investigados. A Justiça Federal de São Paulo já deferiu 12 pedidos e outros cinco aguardam análise do Judiciário. Desde então, o Google somente forneceu informações incompletas de uma comunidade.