Por felipe.martins

Brasília - Integrada majoritariamente por senadores da base aliada ao Palácio do Planalto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a Petrobras estreou nesta quarta-feira com a aprovação de 74 requerimentos de convocação e convites de autoridades, entre eles, o da presidente da estatal, Graça Foster, e do ex-presidente Sérgio Gabrielli.

Ao mesmo tempo, a CPI aprovou o cronograma de trabalho apresentado pelo relator José Pimentel (PT-CE) que prevê a investigação da construção do Porto de Suape. Com essa estratégia, os governistas esperam desgastar o ex-governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência. Ele governou Pernambuco durante a construção do sistema de interligação do Porto de Suape com a refinaria Abreu e Lima.

Os governistas esperam desgastar o ex-governador de Pernambuco%2C Eduardo Campos%2C pré-candidato à Presidência.Agência Senado

Há cerca de duas semanas, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instauração de CPI para investigar apenas suspeitas de fraudes na Petrobrás. Mas, segundo Pimentel, a investigação do Porto não contraria a decisão do Tribunal.

“O que ela (ministra) disse é que as matérias conexas poderão ser investigadas no curso da comissão. Aqui é uma CPI técnica, não política. Eu não saio um milímetro da decisão”, afirmou o relator. No plano de trabalho, ele argumentou que haveria “sobrepreço superior a R$ 69 milhões” nas obras da Abreu e Lima. Pimentel incluiu a realização de diligência na refinaria por membros da comissão para acompanhar “in loco a evolução das obras”.

No documento, o relator observou que a CPI vai “fundo nas investigações”, mas sem “enveredar para as disputas políticas de natureza eleitoral, tão comuns em anos de eleições gerais”.

Único representante da oposição na CPI, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) apresentou requerimento de convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitado pela comissão. “Não convidamos a senhora Dilma Rousseff porque ela é presidente da República, mas ela era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando houve a compra de Pasadena. Mas um mandatário tem obrigação de saber o que está acontecendo, e Lula era o presidente da República, então ele deveria vir falar na comissão”, alegou o tucano.

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