Por tamara.coimbra

São Paulo - Após ameaça de demissão do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), 60 trabalhadores do Metrô-SP foram demitidos na manhã desta segunda-feira. De acordo com o Metrô de São Paulo, há ainda previsão de mais demissões ao longo do dia e de afastamento de grevistas ligados ao sindicato, que não podem ser desligados da empresa por estabilidade revista por lei.

Galeria: Quinto dia de greve do Metrô-SP é marcado com protestos

Estação de metrô Ana Rosa durante o quinto dia de protesto dos trabalhadores de metrô em São PauloReuters

Neste domingo o governador disse que pela decisão judicial, que não fosse trabalhar nesta segunda-feira envolvia a possibilidade de demissão por justa causa. A greve foi mantida pela categoria em decisão durante assembleia realizada após o julgamento, mesmo depois da Justiça aumentar o valor da multa a ser paga pelo sindicato por dia não trabalhado - de R$ 100 mil ela subiu para R$ 500 mil.

O maior entrave na negociação é o índice de reajuste. O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Metroviários de São Paulo pedia, inicialmente, 35,47% de aumento. O valor foi reduzido para 16,5% e, na última audiência, para 12,2%. O Metrô ofereceu 5,2%; 7,98% e, finalmente, 8,7%. Não há sinalização de acordo de ambas as partes.

Quinto dia de greve

Apesar do Tribunal Regional do Trabalho ter considerado a greve abusiva, os metroviários continuam parados na cidade de São Paulo pelo quinto dia seguido. A exemplo do que vem ocorrendo desde a última quinta-feira, a circulação dos trens do Metrô é parcial, dificultando a ida ao trabalho, principalmente, para quem mora na zona norte da cidade, região que tem menos alternativas em relação às demais. Das 65 estações existentes em São Paulo, apenas 34 estão funcionando.

Metroviários caminham em direção à Secretaria de Segurança

Metroviários em greve há cinco dias fazem uma passeata neste momento no bairro do Paraíso, na região da Avenida Paulista, após confronto no início da manhã desta segunda-feira com a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM), em frente à Estação Ana Rosa, do metrô. Eles estão na Rua Vergueiro, no sentido centro, e planejam seguir em passeata até a sede da Secretaria de Segurança Pública, no centro da cidade.

Manifestantes fecharam cruzamentos e avenidas da região da estação Ana Rosa e atearam fogo no lixoReuters

Segundo os metroviários, depois do confronto com a Tropa de Choque, que lançou bombas de gás e balas de borracha, 13 grevistas ficaram detidos dentro da Estação Ana Rosa. Homens da PM fizeram um bloqueio em frente à entrada da estação. Mais cedo, os manifestantes também fizeram barricadas e queimaram lixo em frente à estação.

Os metroviários informaram que a PM permitiu a entrada de dois advogados e que os detidos serão encaminhados ao 26º Distrito Policial.

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