São Paulo - Em reportagem exibida pelo "Fantástico" deste domingo, o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltou a criticar a paralisação do Sindicato dos Metroviários. E foi mais longe: ameaçou mandar embora os insatisfeitos caso a greve continue.
"Decisão judicial se cumpre. Quem não for trabalhar envolve a possibilidade de demissão por justa causa. Porque a greve é abusiva", disse ele, se referindo à sentença do Tribunal Regional do Trabalho deste domingo, segundo a qual, por unanimidade de votos dos magistrados, a paralisação é ilegal.
A greve foi mantida pela categoria em decisão durante assembleia realizada após o julgamento, mesmo depois da Justiça aumentar o valor da multa a ser paga pelo sindicato por dia não trabalhado - de R$ 100 mil ela subiu para R$ 500 mil.

O maior entrave na negociação é o índice de reajuste. O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Metroviários de São Paulo pedia, inicialmente, 35,47% de aumento. O valor foi reduzido para 16,5% e, na última audiência, para 12,2%. O Metrô ofereceu 5,2%; 7,98% e, finalmente, 8,7%. Não há sinalização de acordo de ambas as partes.
Neste domingo, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo enviou carta à presidenta Dilma Rousseff na qual pediu intervenção do Governo Federal junto a Geraldo Alckmin. O presidente da categoria, Altino de Melo Prazeres Junior, afirmou ter feito “todos os esforços para evitar que a greve causasse prejuízos à população. No entanto, o governador e o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, não permitiram evolução nas negociações.”
Prazeres disse ainda que a categoria não quer atrapalhar a Copa do Mundo, "assim como não nos interessa prejudicar a população. É por isso que pedimos à presidenta que auxilie nossa categoria a reabrir as negociações".