São Paulo - O Ministério Público de São Paulo impetrou ontem ação pedindo que o Sindicato dos Metroviários paulista seja condenado a pagar multa de R$ 354 milhões por causa da greve de 5 a 9 de junho, que parou a maioria das linhas do metrô na cidade de São Paulo. Segundo o promotor Maurício Ribeiro Lopes, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, a paralisação causou danos morais e materiais à população e provocou caos na cidade.
Em outra ação, o MP de São Paulo pede a aplicação de multa de R$ 131,7 milhões ao Sindicato Motoristas e Cobradores de Ônibus por causa da paralisação em maio. Os argumentos são os mesmos usados contra os metroviários paulistas.
A Promotoria pediu ainda o bloqueio de todos os bens dos dois sindicatos até o pagamento. O promotor Ribeiro Alves alega que os valores foram calculados com base no número de pessoas prejudicadas pelas paralisações nos transportes.
Quando a greve dos metroviários foi decretada, Ribeiro Alves determinou que nos horários de pico 100% dos trens fossem mantidos em circulação; no resto do dia, deveriam circular 85%. A determinação foi ignorada pelos trabalhadores.
O secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes, reagiu com perplexidade e considerou absurdo o pedido do MP. “Eu nem sei quantas notas são necessárias para pagar R$ 354 milhões”, disse ele.
O sindicalista acusou o MP de tentar impedir qualquer manifestação de trabalhadores. Ele disse que a greve de junho foi feita dentro da legalidade, mas o movimento foi declarado ilegal pela Justiça trabalhista, 42 metroviários foram demitidos por justa causa e o sindicato dos metroviários multado em R$ 900 mil.