Brasília - O senador Clésio Andrade (PMDB-MG) renunciou ontem ao mandato. Na carta de renúncia que entregou à Mesa Diretora do Senado, ele alega problemas de saúde. O documento foi lido ontem mesmo na sessão da tarde pelo primeiro vice-presidente da Casa, senador Jorge Viana (PT-AC).
Na carta, ele alega que terá que ser submetido a um tratamento que se estenderá até o fim de seu mandato, em janeiro. O senador explica que não quis tirar licença médica de 120 dias, permitida pelo regimento, para evitar “prejuízo ao Erário” e não receber sem exercer sua função no Senado.
O senador mineiro é um dos acusados de participar do Mensalão mineiro, esquema montado em 1998 para desviar dinheiro do governo de Minas Gerais para a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo. Por ser senador, o processo está a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a renúncia, é provável que o processo de Andrade seja transferido para a primeira instância. Mas a questão ainda será decidida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador repete o gesto do próprio Azeredo, que renunciou no dia 19 de fevereiro ao mandato de deputado federal. No caso do ex-governador, o STF aprovou o envio do processo para a primeira instância.
Clésio Andrade assumiu o mandato em janeiro de 2011 após a morte do senador Eliseu Resende (DEM-MG), de quem era suplente. Agora, a vaga será ocupada pelo segundo suplente, Aureliano Sanches de Mendonça. Ele é filho de Aureliano Chaves, que foi o vice-presidente da República durante o mandato do general João Baptista Figueiredo, o último da ditadura militar.