Por tamara.coimbra

Brasília - Depois de adiar, pela segunda vez, por falta de quórum, uma reunião deliberativa da CPI da Petrobras do Senado, o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitiu nesta quarta-feira que os trabalhos da CPI, inicialmente previstos para terminar em 14 de novembro, com a votação do relatório do senador José Pimentel (PT-CE), podem ser prorrogados por até 180 dias.

“Entendo a falta de quórum pelo conflito com o calendário eleitoral. Cada vez mais próximo da eleição, menor a expectativa de quórum, mas nós temos um calendário a cumprir e um relatório a entregar”, justificou Vital. O senador também admitiu que teme que o foco nas eleições prejudique o trabalho na CPI. “Em conversa com colegas parlamentares da CPI do Senado nós já tratamos a possibilidade de estender o nosso período para que possamos compensar as faltas que tivemos durante esse período eleitoral”, adiantou.

Sede da Petrobras no Rio de JaneiroReprodução Internet

Desde as denúncias de combinação de perguntas e respostas entre governistas e depoentes na CPI do Senado, divulgadas pela revista Veja, a Comissão não teve mais quórum para deliberar. Hoje apenas quatro dos sete parlamentares necessários para a realização da reunião deliberativa compareceram.

Na pauta desta quarta-feira, os senadores iriam apreciar seis requerimentos, três relacionados à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Na pauta também estão pedidos para que o Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU) enviem cópias de auditorias, tomadas de contas e outros processos relativos à segurança nas plataformas. Há também outro requerimento para que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) forneça cópias do relatório final e das atas, notas taquigráficas e demais documento das comissões permanentes, temporárias ou de inquérito que investigaram o acidente na Plataforma P-36. O acidente, em 2001, deixou 11 mortos.

Vital do Rêgo também é presidente da CPI Mista da Petrobras que na tarde desta quarta deve ouvir o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. O executivo, que já deu explicações na CPI do Senado, é autor do documento que serviu de base para que o Conselho Administrativo da empresa aprovasse a compra da Refinaria de Pasadena (EUA), negócio que deu prejuízo à estatal brasileira.

Já a próxima reunião da CPI exclusiva do Senado só deve ocorrer durante o próximo esforço concentrado da Casa, no dia 3 de setembro.

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