Por leonardo.rocha

Minas Gerais - A reforma do terminal de passageiros de Confins, que deveria ter sido entregue há oito meses, está pela metade. E é assim que o consórcio construtor Marquise/Normatel pretende entregá-la, faltando 49% da obra. O contrato, que já teve duas prorrogações e ficou R$ 17,7 milhões mais caro, acabou no dia 30 de agosto. Mas, no último dia 28, o consórcio comunicou oficialmente à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que não pretende fazer outra renovação. A justificativa é o desequilíbrio econômico provocado pelo atraso na entrega de projetos executivos e pela suspensão das obras durante a Copa do Mundo.

Marquise/Normatel comunica desistência, alega prejuízo de R$ 44 mi e culpa ineficiência da InfraeroReprodução Internet


Em junho de 2012, nove meses após o início da obra, a empresa que venceu a licitação para fornecer os projetos teve que ser trocada, por descumprimento de contrato, gerando atrasos em cadeia na obra de Confins. De lá para cá, o cronograma foi revisado quatro vezes.

“Pois bem, depois de investir tantos recursos em programas lançados pela Infraero, confiando na reformulação de prazos (...), todos detonando, nos primórdios e no curso do acordo, uma produção de serviços que elevariam o faturamento mensal do contrato (...), o consórcio Marquise/Normatel, no atual momento das obras, não tem condições de se aventurar em mais uma façanha”, diz trecho da carta enviada à Infraero.

O documento é assinado pelo diretor de obra de infraestrutura do consórcio, Renan Carvalho. Lá, a empresa afirma que avisou formalmente à Infraero, em abril deste ano, que precisava de uma revisão nos valores, e reclama que, até o momento, não obteve resposta.

O consórcio também reclama que, como as obras foram paralisadas de 1º de junho a 15 de julho, para a Copa do Mundo, a empresa teve gastos elevados com a rescisão contratual de trabalhadores. Dez dias antes da Copa, funcionários admitiram estar trabalhando de domingo a domingo, sem folga, para entregar tudo a tempo. Logo depois, cerca de 300 homens foram demitidos.

Uma fonte ligada à empresa, que pediu para não ser identificada, estima que o desembolso com as demissões e com a manutenção de aproximadamente outros cem operários na ociosidade durante a Copa, tenha gerado gastos em torno de R$ 44 milhões. Na carta, a empresa pede ressarcimento e reembolso por materiais já comprados, que poderão ser repassados para quem assumir a reforma de Confins.

A Infraero confirma que recebeu o comunicado da Marquise e afirma que “vai analisar a situação e, juntamente com a nova concessionária responsável pela administração do aeroporto mineiro (BH Airport), definir a melhor forma de dar continuidade aos trabalhos”.

Vigência

O contrato acabou no dia 30 de agosto, mas tem vigência até 28 de novembro de 2014. Até lá, o consórcio pretende finalizar as obras que já começou, mas não vai iniciar novas frentes.

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