Por victor.duarte

Brasília - A Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) entregaram nesta terça-feira, em Brasília, uma petição com mais de 55 mil assinaturas virtuais pedindo a proteção dos mamíferos aquáticos da região amazônica, em especial o boto vermelho, também conhecido como boto-cor-de-rosa.

O documento faz parte da campanha "Alerta Vermelho" e pede ao Ministério do Meio Ambiente que adote medidas para antecipar a proibição da pesca de piracatingas na Amazônia, que usa como isca a carne do boto. As instituições entregaram documento para representante do ministério e colocaram, pela manhã, um boto inflável de 12 metros, no gramado da Esplanada dos Ministérios.

Um boto inflável com 12 metros de comprimento foi colocado em frente ao Congresso como parte da campanhaAntônio Cruz/Agência Brasil

Em julho, o Diário Oficial da União publicou portaria proibindo por cinco anos a pesca da piracatinga na região. A medida, no entanto, só entrará em vigor a partir de janeiro de 2015. "Com certeza é um avanço. Mas não podemos deixar que muitos botos ainda sejam vítimas dessa predação até ano que vem", destaca a Ampa.

Estudos de monitoramento da espécie realizados pelo Inpa na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá apontam que a população de boto-cor-de-rosa, como também é chamado, vem diminuindo em ritmo de 10% ao ano. "Isso chega a mais de 4 mil animais abatidos anualmente", alerta a pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, coordenadora do Projeto Boto e que trabalha com esses animais há mais de 30 anos.

"Diante de dados como esse é que precisamos construir ferramentas e instrumentalizar a fiscalização, já que o boto é um animal protegido por lei desde 1967, para que sejam criadas alternativas para a pesca da piracatinga, sem que precise ser usada a carne do boto", avalia Vera.

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