Por paloma.savedra
Rio - A partir desta quinta-feira, os aeronautas e aeroviários do Brasil iniciarão uma greve, com interrupção dos serviços entre 6 e 7h. De acordo com os sindicatos das categorias, a paralisação se repetirá nos dias seguintes e no mesmo período, podendo ainda se estender até a tarde. As entidades afirmam ainda que tentam negociação com as empresas aéreas desde setembro, porém, as reivindicações — a maioria cláusulas sociais — não foram atendidas. 
Secretário geral do sindicato dos aeronautas (pilotos, co-piloto e comissários de bordo), o comandante Rodrigo Spader destaca a segurança de voo, além da limitação de madrugadas consecutivas como pontos principais — que chamam de cláusulas sociais. 
Movimentação intensa do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, na véspera de Natal; com paralisação prevista para esta quinta-feira, terminais de todo o país devem ficar lotadosLevy Ribeiro / Parceiro / Agência O Dia

Os trabalhadores também pedem aumento de 8,5% nos salários e benefícios. Já os aeroviários (responsáveis por serviços em terra, nos aeroportos) pedem melhores condições de trabalho e estabelecimento de um piso salarial para trabalhadores que fazem o check-in. 

"Em muitos casos, acontece de voarmos seis madrugadas consecutivas. Pedimos uma restrição disso, uma parametrização de nossas escalas. A fadiga não é gerenciada hoje em dia, e isso afeta diretamente a qualidade do nosso trabalho e saúde. Número de folgas e segurança do voo são outras cláusulas sociais que pedimos e que seguem legislação em todo o mundo", disse ele.

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"Entregamos as reivindicações em setembro e a primeira reunião só ocorreu em novembro. Muitas das cláusulas não foram aceitas, mesmo não tendo impacto econômico", declarou o sindicalista. "Nós estamos tentando um acordo desde o ano passado e as categorias deliberaram para evitar a greve no período do Natal e Ano novo, em respeito à população. Mas agora, lamentamos que seja a forma de chamar atenção das empresas para a nossa situação". 
Os trabalhadores são funcionários das empresas aéreas brasileiras, como Gol, TAM, Azul e Avianca.
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Greve já é comunicada nos aeroportos
O horário de paralisação poderá afetar muitos passageiros e, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), que também responde pelas categorias, a falta de atendimento por uma hora causará atrasos nos principais aeroportos do país. Segundo a Fentac, panfletos comunicando a greve já estão sendo distribuídos nos terminais. 
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A Associação Brasileira das Empresas Aéreas informou que, até o fim da semana passada, não entrou em um acordo com os trabalhadores. As empresas alegam que também apresentaram proposta garantindo aumento real de salários e melhoria em diversos benefícios, como os vales-refeição e alimentação e diárias.