Por karilayn.areias

Brasília - O Ministério da Justiça anunciou, em nota divulgada ontem, que a Polícia Federal vai investigar se houve irregularidades no depósito feitos por brasileiros em contas bancárias abertas numa agência do HSBC na cidade de Genebra, na Suíça. A determinação para a investigação foi feita na sexta-feira pelo ministro José Eduardo Cardozo ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.

Cardozo mandou a Polícia Federal investigar a lista de depositantesFernando Frazão/ABr

Há suspeita que as contas tenham dinheiro desviado em esquemas de corrupção ou para sonegar impostos. A descoberta das contas foi feita graças à denúncia de um ex-empregado de Hervé Falciani, ligado ao HSBC, e divulgada primeiro pelo jornal francês ‘Le Monde’.

Como o número de depositantes era muito grande, o jornal repassou a lista ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), o que desencadeou a apuração jornalística conhecida como SwissLeaks, numa referência ao site WikiLeaks, que divulgou documentos secretos do governo americano.

Por causa da divulgação da lista pelo Consórcio, a Receita Federal iniciou uma investigação sobre a movimentação feita pelos brasileiros citados. Na lista divulgada de correntistas com contas no HSBC em Genebra estão 8,7 mil brasileiros.

As denúncias serão investigadas também por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado. Na sexta-feira, foi lido em plenário o requerimento de criação da CPI do HSBC, que terá 11 titulares e seis suplentes. Ainda não há previsão de data para instalação da comissão. A partir daí, ela terá 180 dias para apurar.

EMPRESÁRIOS DE ÔNIBUS

Na quarta-feira, o segmento brasileiro do Consórcio divulgou os nomes de 31 pessoas ligadas a empresas de ônibus no Estado do Rio de Janeiro que têm conta na Suíça. A relação é encabeçada pelo empresário Jacob Barata, que tem participação em 16 empresas. Ele teria depositado mais de R$ 50 milhões na Suíça. O empresário nega.

Você pode gostar